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Mais de 25 mil índios com energia elétrica em casa

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: José Ribamar Lobato Santana*
24 de Abr de 2006

Aproximadamente 104 milhões de hectares do solo brasileiro são terras indígenas, onde moram mais de 373 mil índios, distribuídos entre 291 povos que falam 180 línguas. Esta parcela importante da população brasileira, assim como os moradores de assentamentos rurais e de comunidades remanescentes de quilombos, têm atendimento prioritário pelo Programa Luz para Todos, do Governo Federal. Na semana em que se comemora o dia do índio, o Luz para Todos também tem o que comemorar. O Programa já atendeu, até agora, mais de 25 mil índios, entre os 2,8 bilhões de pessoas já atendidas em todo o Brasil. Índios que, até o início das obras do Luz para Todos, em 2004, não usufruíam de nenhum benefício proporcionado pelo acesso à energia elétrica.

Em alguns estados, como no Rio Grande do Sul, mais de 13 mil moradores de áreas indígenas já foram atendidos. Só na Reserva Indígena de Guarita, onde existem 8 aldeias das etnias Kaingang e Guarani com mais de mil domicílios, o Programa Luz para Todos fará a inauguração, no dia do índio, 19 de abril, das obras de eletrificação que beneficiaram 7 mil índios.

Para atender às comunidades indígenas, o Luz para Todos, por meio de seus Comitês Gestores Estaduais, vem articulando uma rede de parceiros, entre eles a Funai, a Funasa e as secretarias dos Governos Estaduais, que, em conjunto com associações indígenas e lideranças (caciques, pajés, professores indígenas, agentes de saúde indígena) de várias aldeias identificam a demanda e a definem a implantação da energia para esses povos, o que requer uma atenção especial e diferenciada. Em alguns estados, como no Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Roraima, Rondônia, Santa Catarina e Bahia, o Luz para Todos planeja e realiza com estes parceiros oficinas participativas sobre o uso racional, seguro e produtivo da energia elétrica.

No Mato Grosso do Sul, os índios dos grupos étnicos Guarani, Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Guató e Ofaié, somam cerca de 52 mil pessoas. Mais de 6,2 mil moradores destas comunidades já foram atendidos pelo Luz para Todos. Em Santa Catarina, mais de 2,7 mil índios já contam com energia elétrica em casa; no Paraná, 750 índios receberam a luz; em São Paulo, 650, no Espírito Santo, 475; em Goiás, 230. Na Bahia, onde há mais de 26 mil índios pertencentes a vários grupos étnicos, o Luz para Todos já atendeu a mais de mil Tupinambás, localizados no município de Ilhéus.

Em Roraima, 260 pessoas já foram atendidas na Terra Indígena Truarú, a 80km da capital Boa Vista. Neste local, onde vivem índios dos grupos étnicos Makuxi e Wapixana, o Luz para Todos realizou oficinas para orientar a comunidade sobre como usar a energia elétrica no desenvolvimento de atividades produtivas como a psicultura, a apicultura e a mandiocultura.

O estímulo a atividades produtivas em todas as comunidades atendidas pelo Luz para Todos é um dos pontos fortes do Programa, que faz a instalação gratuita da energia elétrica até dentro das casas dos beneficiados, deixando três pontos de luz e duas tomadas instalados. O objetivo do Governo Federal, com o Luz para Todos, é incentivar os beneficiados a utilizar a energia como vetor de desenvolvimento econômico e social, trazendo, para o século XXI, comunidades que até antes do Luz para Todos viviam como se ainda estivessem no século XIX.

*Engenheiro e diretor nacional do Programa Luz para Todos, do Governo Federal, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia

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