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Madeira apreendida pelo Ibama terá que ser vendida e recursos aplicados na Amazônia

Viaecológica-Brasília-DF
05 de Jun de 2003

A madeira ilegal apreendida pelo Ibama não mais poderá ser leiloada, de acordo com decreto assinado pelo presidente Lula e pela ministra Marina Silva do Meio Ambiente, mas sim vendida pelo governo, para acabar com a chamada "pirataria da madeira", onde as toras apreendidas eram depois arrematadas em leilão pelas próprias madeireiras irregulares. Agora, milhões de toneladas de madeiras apreendidas após serem retiradas de unidades de conservação e terras indígenas não poderão mais ser leiloadas e terão que ser cortadas e vendidas pelo governo para aplicar em programas de desenvolvimento sustentável da Amazônia. Há grande quantidade de toras apreendidas no sul do Pará, na região de Altamira, no porto de Paranaguá(PR), aguardando licença judicial para ser exportada, e em outras regiões da Amazônia, principalmente. A medidas foi considerada no Congresso como a mais importante no Dia Mundial do Meio Ambiente, porque desestimula o desmatamento das florestas. Lula assinou, durante a solenidade do Dia Mundial do Meio Ambiente, um decreto condicionando a exploração do mogno a planos de manejo sustentável e autorizando a destinação da madeira apreendida para o financiamento de projetos que visem a proteção e o uso sustentável da floresta amazônica, acabando assim com os leilões maqueados, que alimentavam o ciclo de corrupção/desmatamento. Em 2001, o Ibama apreendeu mais de 40 mil metros cúbicos de mogno (cerca de 14 mil metros cúbicos da madeira representam 4 mil árvores). Parte desta madeira será exportada e os recursos obtidos serão investidos em ações sócio-ambientais. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o teólogo Leonardo Boff também participaram da solenidade. Lula disse, durante a comemoração ao dia mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, que o destino da natureza e da sociedade humana, especialmente nos países mais pobres, estão "visceralmente ligados". O presidente lembrou que a natureza brasileira é rica e exuberante mas, segundo ele, não é ela que vai salvar o Brasil mas o contrário, o Brasil é que precisa protegê-la. Lula ressaltou que a ausência de planejamento e a troca da solidariedade pela competição na política ambiental tem acumulado mais desastres do que sucessos. "O futuro não será sustentável se o progresso for sinônimo de destruição. Cuidar do Brasil exige um mutirão verde, mutirão de consciência e de compromissos", afirmou. Durante as comemorações foi anunciado também o conselho de honra da Convenção Ambiental que se realizará no final do ano, por iniciativa da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. Após a solenidade, os membros da comissão de honra fizeram uma reunião-almoço num hotel de Brasília. Entre os 19 membros da comissão estão o teólogo Leonardo Boff, o poeta Thiago de Mello, a atriz Lucélia Santos (que no passado, como membro da religião amazônica do Santo Daime, ajudou a criar florestas nacionais no rio Purus, no Amazonas) e o deputado federal Fernando Gabeira, fundador do Partido Verde que hoje está no PT do Rio de Janeiro. (Veja também www.radiobras.gov.br, www.amazonia.org.br, www.idacefluris.org.br, www.camara.gov.br e www.greenpeace.org.br).

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