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Macapá vira capital dos negócios em madeira

A Tribuna-Rio Branco-AC
12 de Nov de 2002

Centenas de empresas do Brasil e do exterior no setor de móveis estarão reunidas a partir de hoje, em Macapá, durante o projeto Equinócio 2002. Artesanato de peças indígenas e marchetaria fazem parte da exposição. Durante seis dias, Macapá se transforma na capital internacional das empresas do setor moveleiro com a realização do projeto Equinócio 2002, que começa hoje (12) e vai até domingo (17).

125 empresários participam do projeto, que será realizado no Centro de Exposições do Sebrae. A expectativa é de que sejam movimentados cerca de R$ 20 milhões durante o evento. Cama, beliche e cadeira são alguns dos itens em exposição, fabricados com o que há de mais nobre em matéria-prima na floresta amazônica como Angelim, Macacaúba, Andiroba, Sucupira, Cedro e Mogno.

Para valorizar a cultura regional, no Centro de Exposições do Sebrae foi montada uma enorme maloca de palha, onde está instalada uma grande parte dos 60 estandes da feira. Em sua sexta edição, o Equinócio 2002 tem como meta promover as exportações brasileiras, principalmente as peças produzidas nos estados da região Norte.

Dos 125 empresários participantes, 20 são estrangeiros. Entre eles, estão os principais países compradores como Espanha, Canadá, Itália, Estados Unidos e México. Dos estados do Norte, o Pará tem o maior número de representantes, com 22 empresários.A abertura oficial do encontro será amanhã (12), às 21 horas, no Monumento Marco Zero.

A rodada de negócios é um evento de curta duração no qual as empresas brasileiras exportadoras serão colocadas frente a frente em uma mesa de negociação individual, em horários previamente agendados, com empresas importadoras estrangeiras de médio e grande porte, da Europa, América e Caribe.

Nesse jogo, as empresas brasileiras interessadas em comprar produtos derivados da madeira tropical como móveis, portas, janelas, componentes, partes, peças, artefatos, casas pré-fabricadas, pisos e forros também participam da rodada de negócios. Cada rodada tem duração de 30 minutos, com apoio de intérpretes e assessoria de consultores especializados em comércio exterior.

O evento tem apoio do Sebrae/AP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), da Agência de Promoção de Exportações (Apex) e do governo do Estado. De acordo com José Carlos Molinos, técnico de comércio exterior do Sebrae, os produtos madeireiros do Amapá estão entrando nos mercados consumidores internacionais.

Em setembro, foi montado em Monterrey, no México, um show room de produtos do Amapá. "O México é um mercado excelente para nós porque valoriza muito o artesanato e móveis de madeira", diz Molinos. Esse foi o segundo evento internacional para os moveleiros. Em julho passado, os moveleiros da região participaram, em Milão, da oficina feita pelo design italiano, Luciano Deviá, contratado pelo Sebrae.

O artesanato indígena, que conquistou a capital do design, Milão, tem uma grande oportunidade de expandir sua cultura conquistando novos espaços. Esta é uma das razões que levou a Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque (Apitu) a participar do Equinócio 2002.

No início deste semestre, a Apitu exportou cerca de 22 peças para Milão. Peças como sumuri (cestaria Apalai/Waiana), bolsa (tribo Apalai/Waiana) e Ingaçaba (Maruanum), todas feitas com matéria-prima indígena como tala de arumã, barra caripé, semente de mará-mará e fibra de karawã.

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