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MAB comemora revisão do processo de assentamento de Manso

Estação Vida-Cuiabá-MT
Autor: Adriana Gomes
14 de Mar de 2003

Furnas vai ter que rever, em breve, os estudos em relação ao modo como foi feita a desocupação da área em que foi instalada a Usina de Manso, a pedido dos Ministérios das Minas e Energia e do Desenvolvimento Agrário. A notícia foi dada pelo coordenador da Comissão Pastoral da Terra [CPT], base do Movimento dos Atingidos por Barragem [MAB], João Buzatto. A notícia é o fato de maior comemoração hoje [14], durante o ato de protesto que acontece em São Paulo. Os dois Ministérios acenaram com o acatamento do pedido das famílias em ter o processo de assentamento revisto no início deste mês. Desse modo, conforme explica Buzatto, Furnas vai ter que rever todo o processo que até então era negado tendo que responsabilizar-se não só com as 344 famílias que foram assentadas em terras improdutivas mas também com as outras 656 que ficaram sem nada. No momento, estas famílias encontram-se hoje, acampadas em área da empresa, próxima à Furnas. Em 2002, ficaram 75 dias acampados em Cuiabá nos principais órgãos governamentais em busca de soluções e nada foi resolvido.
Como hoje é o Dia Internacional de Ação Contra Barragens, Pelos Rios, Água e Vida, manifestações acontecem também em vários locais do mundo. A organização não-governamental International Rivers Network [IRN], é quem coordena o movimento no mundo. Este é o momento para agir em solidariedade, celebrar os rios, protestar contra o desenvolvimento destrutivo e desfrutar dos êxitos alcançados no ano passado. Participar de ações no dia 14 de março serve, segundo a ong, para demonstrar ao mundo que os atingidos estão juntos na luta pelos rios e pelos direitos das comunidades de controlar seus recursos naturais.
História - Em Mato Grosso o movimento ganhou força após a instalação da Usina de Manso, que desalojou 1000 famílias. Dessas, 344 foram assentadas por Furnas Centrais Elétricas S/A, responsável pela usina, mas em terras improdutivas. Este ano, a sobrevivência destas famílias se agravou já que o salário mínimo em tíquetes refeição, dado pela empresa cessou em dezembro último. Este ano, conforme explica o coordenador da CPT, João Buzatto, já existe a possibilidade de melhora uma vez que No ano passado, segundo informações da IRN, a data resultou em mais de 60 ações em 28 países, desde de encontros educativos sobre rios e barragens a marchas contra projetos em andamento. Todas ações nasceram do primeiro Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens, em Curitiba, Brasil, em 1997. Neste encontro os participantes declararam sua união e não nomearam o 14 de março como Dia de Lutas Contra Barragens no Brasil e sim Dia Internacional de Lutas contra Barragens, pelos Rios, Água e Vida. Para participar de um evento em sua cidade ou organizar uma ação no próximo dia 14 de março, entre em contato pelo e-mail dayofaction@irn.org ou visite o site www.irn.org/dayofaction. A ação em Sâo Paulo vai reunir também atingidos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

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