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Lula está mal com os castanheiros e os seringueiros

Kaxi ANA - Agência de Notícias da Amazônia
29 de Jan de 2008

Além de comandar um governo cujos bancos oficiais dão incentivos ao avanço impiedoso dos madeireiros, da soja, do boi e da cana-de-açúcar por sobre a floresta da Amazônia, principal motivo que causou o recrudescimento dos desmates na região no segundo semestre do ano passado, o presidente Lula está mal com os povos tradicionais da Amazônia, em especial com os castanheiros e os seringueiros.

Como bem relata o ex-governador e ex-senador João Capiberibe (PSB-AP), em artigo que a Kaxiana publica abaixo, o presidente operário traiu a confiança dos castanheiros da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, onde esteve como candidato em novembro de 2001, conheceu a fábrica de biscoitos e óleo de castanha do Brasil ali instalada, resultado da iniciativa e força de vontade de uma cooperativa local de castanheiros com o apoio do governo do Amapá.

Na ocasião, Lula, conforme relata Capiberibe, pode testemunhar de perto as possibilidades de um modelo de desenvolvimento capaz de combinar atividade econômica com equidade social e conservação ambiental. Com isso, os castanheiros de Iratapuru e de toda a região Sul do Amapá comemoraram a sua eleição. Depois disso, os castanheiros do Amapá perderam o apoio dos governos federal e estadual e sobrevivem graças às parcerias com indústrias comprometidas com conservação ambiental e responsabilidade social.

Com os seringueiros, a dívida do presidente é com os trabalhadores da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, que estão há mais de seis meses esperando que Lula vá ao estado inaugurar a fábrica de preservativos de Xapuri, cuja matéria-prima, o látex, será toda fornecida pelos seringueiros da região do Vale do Acre. Incentivada por ele, a fábrica aguarda que o presidente tenha um tempinho na agenda para ser inaugurada e entrar em linha de produção para mostrar ao país e ao mundo que é esse tipo de iniciativa, geradora de renda e de estabilidade social entre as populações tradicionais, que é capaz preservar a grande floresta amazônica. Lula já marcou e desmarcou mais de quatro idas ao Acre para inaugurar a fábrica de camisinhas. Veja abaixo, em artigo de João Capiberibe, o relato da decepção dos povos tradicionais da floresta com o presidente Lula.

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