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Lideranças xinguanas vêm a Brasília discutir Paranatinga II

Site Funai
05 de Jun de 2006

Uma comissão formada por lideranças indígenas Xinguanas se reuniu na manhã desta segunda-feira (05/06) com o vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, procuradores da Funai e técnicos indigenistas para solucionar o impasse das obras da hidrelétrica Paranatinga II, localizada no município de Campinópolis, a cerca de 100 km do Parque do Xingu e a 30 km de Parabubure.

A usina, que já está com cerca de 80% da obra construída, tem capacidade para produzir 29 mil kw de potência e é uma das preocupações das comunidades que vivem do rio Culuene, um dos principais formadores do rio Xingu.

"A gente é conhecedor de que o rio é a principal fonte de vida e de saúde para as comunidades indígenas. E não só nós, mas os não-índios também precisam dessa fonte limpa. Por isso, a gente quer ver o rio livre", justifica o jovem líder, Marcelo Kamayurá.

A construção da obra começou em meados de 2005 com o licenciamento da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso (Fema) e hoje está paralisada por determinação da Justiça, a pedido da Funai e do Ministério Público Federal. O estudo de impacto etnoambiental preparado pela empresa já está em análise por uma equipe técnica da Funai e deve ser finalizado nos próximos dias. Na semana passada, os índios ocuparam as instalações da usina hidrelétrica para protestar contra a obra.

"Eles estão agindo não só como defesa de seu território, mas como cidadãos brasileiros organizados num movimento em defesa de um rio que é importante não só para eles, mas para um país e para as populações ribeirinhas que se utilizam dele", afirmou Roberto Lustosa.

A partir de amanhã mais 40 lideranças indígenas do Parque Indígena do Xingu virão a Brasília para acompanhar de perto as discussões em várias instâncias governamentais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público.

"A expectativa é de que a Funai e os indígenas acompanhem de perto as tramitações legais desse caso porque a gente acha que as nossas reivindicações são favoráveis", finalizou o cacique Aritana, da etnia Yawalapiti.

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