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Líder indígena critica políticos e cobra expulsão de arrozeiros da Raposa Serra do Sol

Radiobrás
Autor: Marco Antônio Soalheiro
22 de Nov de 2007

O presidente do Conselho Indígena de Roraima, Dionito José de Souza, índio da etnia Macuxi, defende que o governo federal retire os produtores de arroz da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, utilizando os meios que forem necessários.

"Tem quase três anos que a área foi homologada e o prazo para [os arrozeiros] saírem já está estourado. Tem que sair à força se não fizerem pacificamente, pois são uma ameaça contra o nosso povo e a nossa vida", defendeu o líder, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Souza, após a demarcação da terra indígena, três comunidades - Barro, Brilho do Sol e Jauarizinho - foram atacadas por pessoas encapuzadas, que derrubaram até um centro de formação profissional. "Destruíram nossa casa. O branco quer dominar, quer tudo para ele."

O macuxi também critica os políticos de Roraima, independentemente da coloração partidária de cada um. "Eles só são preocupados com os ricos. No estado chegaram a decretar sete dias de luto quando nossa área foi reconhecida."

Para o senador Augusto Botelho (PT-RR), as críticas são injustas e decorrem de posições radicais: "Eu, por exemplo, sempre ponho emendas ao Orçamento em benefício das terras indígenas, para viabilizar investimentos da Embrapa em plantações nas aldeias. Mas já aconteceu de querermos levar energia elétrica e pessoas ficarem contra. Isso alguns índios esquecem de dizer."

Dionito Souza garante que os índios da Raposa Serra do Sol podem viver sem depender do trabalho em grandes plantações de arroz. "Temos 25 mil cabeças de gado, roças de feijão, mandioca e milho, tratores e agrônomos treinados."

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