VOLTAR

Lançada cartilha em inglês para desmentir Ricardo Salles

((o))eco - http://www.oeco.org.br/
Autor: Sabrina Rodrigues
27 de Set de 2019

Lançada cartilha em inglês para desmentir Ricardo Salles

Uma cartilha para rebater as falas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi produzida pelas organizações Greenpeace, ClimaInfo e Observatório do Clima. Com o título The Ricardo Salles Fakebook - A Guide to the Falsehoods and Rhetorical Tricks of Brazil's Environment Minister (O livro de Mentiras de Ricardo Salles - Um Guia para as mentiras e artimanhas retóricas do Ministro do Meio Ambiente do Brasil, em tradução livre), o livreto narra e critica desde as ações, tomadas de decisões do ministro até as suas entrevistas na imprensa.

A cartilha já começa elencando aquilo que os organizadores chamam de "Os 3 melhores fatos que você não sabia sobre Ricardo Salles:

Disse à mídia brasileira que ele tinha mestrado na Universidade de Yale. É mentira. Ele não tem.
Ele foi condenado por fraude duas semanas antes de assumir o cargo.
Atualmente está sob investigação por enriquecimento ilícito".

No início da cartilha, os organizadores afirmam "Nosso objetivo era criar um pequeno documento compacto, que exibia algumas das inconsistências de Ricardo Salles. Acontece que precisamos de 35 páginas. Por favor, tenha paciência conosco".

A divulgação da cartilha se dá no momento em que o ministro realiza uma "tour" no exterior para minimizar o estrago da imagem do país causada pelo aumento de desmatamento na Amazônia e pelas queimadas, crise iniciada pelo próprio governo, que gastou semanas tentando desmentir os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o desmatamento na Amazônia desde 1988, ao invés de fortalecer a fiscalização. A crise do desmatamento deu espaço, em seguida, para a crise das queimadas. E mais uma vez o governo preferiu investir em retórica, acusando as queimadas de serem causadas pelas ONGs. A resposta para a crise, com a publicação de decreto de Garantia da Lei e da Ordem ambiental, ocorreu só no final de agosto, sob forte pressão internacional.

Após usar o Exército para fazer a fiscalização e repressão de crimes ambientais, o governo colocou os ministros para amenizar a crise no exterior. O Itamaraty publicou vídeos em inglês sobre a Amazônia e o ministro do Meio Ambiente está em viagem onde se reunirá com governantes, investidores e empresas para evitar um possível boicote econômico.

Na cartilha, Ricardo Salles é descrito assim: "Comunicador talentoso, o ministro é capaz de incríveis truques retóricos. Ele frequentemente controla sua exposição na mídia, então ele raramente é entrevistado por jornalistas que cobrem a área ambiental. Sob pressão, ele pode inventar dados sem nem corar. Ele tem talento para enganar jornalistas e o público".

O livreto é um raio-x que traça quase que mês a mês, as medidas, ações do ministro, como a redução do corpo de funcionários do Ibama e ICMBio, corte no orçamento, críticas ao Fundo Amazônia, esvaziamento do Conama, descrédito ao INPE, e a posição do governo em relação às queimadas na Amazônia, que se iniciaram em agosto deste ano.

"Tour da mentira"

Um grupo de ativistas do Greenpeace protestaram, nesta quinta-feira (26), em frente à residência do embaixador brasileiro em Paris. No momento do protesto, o ministro Ricardo Salles participava de uma reunião com empresários e investidores franceses para mitigar o desgaste na imagem do Brasil diante da crise ambiental.

Com faixas com os dizeres "Bolsonaro - Amazon-Killer" (Bolsonaro - assassino da Amazônia), os ativistas tocaram alarmes no pátio da residência como forma de protesto. A polícia francesa acompanhou de longe a manifestação que terminou sem confusão.

https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/lancada-cartilha-em-ingles-p…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.