VOLTAR

Instituto realiza primeira oficina de gerentes do fogo

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Carolina Lobo
01 de Mar de 2013

Na próxima semana, de 04 a 08 de março, a Academia Nacional de Biodiversidade (Acadebio) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Iperó (SP), sedia a 1ª Oficina de Gerentes do Fogo do Instituto. Em evento promovido pela Coordenação de Emergências Ambientais da Coordenação-geral de Proteção (COEM/CGPRO/DIMAN), gerentes do fogo de cerca de 80 unidades de conservação (UC), instrutores e pesquisadores irão discutir procedimentos de prevenção e combate a incêndio.

O coordenador de Emergências Ambientais, Christian Berlinck, afirma que a iniciativa atende solicitação das unidades de conservação federais e inicia capacitação continuada dos gerentes do fogo. "É uma dívida histórica com os gerentes", frisou, destacando que já foram realizados três cursos para instrutores nos últimos anos e agora o objetivo é focar na melhoria do poder de enfrentamento nas unidades.

O conteúdo da oficina está baseado no que já vinha sendo trabalhado nos cursos de gerente do fogo realizados pelo Ibama, com a inclusão de assuntos que a CGPRO levantou junto aos chefes de UC, gerentes do fogo e instrutores de Brigada. Além disso, a coordenação vai aproveitar a oportunidade para iniciar discussão e capacitação em manejo do fogo. "O tema tem estado em voga nessa questão dos incêndios florestais, e o Brasil até hoje executa pouco, apesar de ter legislação vigente que oriente esse trabalho. Depois da promulgação do Código Florestal, a questão do manejo do fogo ficou mais explícita e o ICMBio tem sido questionado por organizações da sociedade civil e pesquisadores sobre o porquê não se fazer esse manejo dentro das áreas protegidas brasileiras, uma vez que isso é uma técnica utilizada em áreas protegidas da Espanha, África do Sul, Austrália e dos Estados Unidos, por exemplo", relata Berlinck.

Segundo ele, já existem indicativos de que o manejo do fogo reduz o investimento para o controle e reduz a emissão de gases de efeito estufa: "São indicativos de estudos realizados no mundo - ainda não no Brasil - mas que nos levam a considerar essas questões, até por nossos acordos internacionais". Berlinck adianta que a discussão do manejo do fogo é uma introdução para o Seminário Internacional do Manejo do Fogo, que vai ocorrer na primeira semana de julho, uma das ações do projeto "Prevenção, Controle e Monitoramento de Queimadas Irregulares e Incêndios Florestais no Cerrado", também conhecido como "Cerrado-Jalapão", fruto do acordo de cooperação Brasil-Alemanha, executado em parceria pelo Ministério do Meio Ambiente, ICMBio, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Governo do Estado do Tocantins.

A 1ª Oficina de Gerentes do Fogo está dividida em dois momentos. Os dois primeiros dias serão voltados à discussão da ecologia do fogo e manejo integrado, que leva em consideração as características socioeconômicas locais e regionais, e adaptativo, que envolve o monitoramento do processo de manejo, com palestras de gestores de UC federais, pesquisadores de universidades e instituições parceiras. O objetivo é identificar e discutir pontos positivos e negativos para pautar decisões e definição de uma posição institucional e pautar ações para reduzir o impacto negativo do uso do fogo, considerando-se as questões legais, sociais, econômicas e ambientais.

Também estão previstas para os dias 4 e 5 palestras de gestores de UC federais que já aplicam algumas técnicas de manejo do fogo dentro de suas áreas como exemplos de ações positivas desenvolvidas e que podem ser avaliadas para serem replicadas em outras áreas. Na sequência, haverá discussão dos participantes da oficina para definição de possíveis técnicas de manejo para alguns ambientes pré-definidos - Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e ambientes alagados - para que sejam identificadas técnicas mais e menos adequadas para cada um desses ambientes, vindo dos servidores que trabalham no dia a dia, já pautados nas palestras anteriores sobre ecologia do fogo e de manejo.

Após esse período de nivelamento da discussão do manejo do fogo, a oficina terá os outros dias voltados à ação dos gerentes de fogo nas UC, com a discussão dos aspectos administrativos referentes à gestão de Brigadas, junto com a Coordenação-geral de Gestão de Pessoas; da metodologia de elaboração de planos de proteção; do Programa de Voluntariado; do monitoramento de fogo por sensoriamento remoto; e da estruturação e do funcionamento das bases operativas de prevenção e combate.

Haverá, ainda, capacitação prática no Risk Management, que é um sistema para alerta, monitoramento e gestão das ações de prevenção e combate que recebe informações de satélites e emite avisos por e-mail logo que sejam detectados focos de calor no interior das UC. E vai ser discutido o registro de informação e a sua importância para a prevenção e o combate a incêndio e como esse registro pode pautar a tomada de decisão para o manejo do fogo, definindo quais técnicas de manejo do fogo podem ser utilizadas em cada área. "Esse é o último debate durante a oficina, porque a ideia é amarrar a discussão da semana toda", explica o coordenador de Emergências Ambientais.

Outros eventos

No sábado (9), ainda na Acadebio, vai ser realizado encontro com instrutores e gerentes do fogo para discutir a alteração do conteúdo do curso de formação de Brigada. "Atualmente o curso é mais teórico do que prático. Queremos inverter isso e adequá-lo à forma de prevenção e controle em cada um dos ambientes pré-definidos", informa Christian Berlinck. Neste mesmo dia, duas empresas de equipamentos de prevenção e combate a incêndio vão apresentar equipamentos, alguns já utilizados pelo Instituto e outros novos de proteção individual e combate.

http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-geral/3732-icmbi…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.