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Índios voltam à aldeia

O Globo, Rio, p. 15
06 de Ago de 2013

ìndios voltam à aldeia

Ainda na tarde de ontem um grupo de indígenas voltou a ocupar a área da antiga Aldeia Maracanã. Gritando palavras de ordem, como "a aldeia resiste", algumas pessoas conseguiram entrar no prédio, que foi cercado pela Polícia Militar. Por volta das 19h, uma fogueira foi acesa no imóvel, que havia sido esvaziado em março deste ano, após uma ação da PM, que foi bastante criticada pela Defensoria Pública. Em clima de tranquilidade, um grupo fez um ritual ao redor do fogo. Por volta das 20h, os policiais deixaram a área e cerca de 30 indígenas e 70 simpatizantes da causa faziam um ato pacífico.
Segundo indígenas, o intuito da ocupação é travar no local uma discussão sobre o processo de devolução do espaço para o Centro de Etnoconhecimento Sociocultural e Ambiental Cauieré (Cesac, uma entidade associativa sem fins lucrativos de defesa de direitos e interesses indígenas).
- Esse sempre foi um lugar de referência para os índios.
Não podemos ficar hospedados apenas em casa de amigos. A ideia é que a gente fique aqui, resista - disse uma ativista.
Na última quarta-feira, a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, líderes indígenas e membros da Fundação Darcy Ribeiro se encontraram para discutir a proposta de transformar o prédio num centro cultural. A proposta, entretanto, não prevê moradia para os índios, o que desagrada a alguns líderes do movimento.
Inicialmente, o governo planejava derrubar o prédio do antigo museu sob a alegação de que o imóvel atrapalhava o projeto de modernização do entorno do Maracanã. Com a reação dos indígenas, o governador Sérgio Cabral recuou, e propôs a restauração do imóvel para a criação de um museu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

O Globo, 06/08/2013, Rio, p. 15

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