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Índios vão a Brasília discutir prazo para início de estudos nas aldeias

Século Diário
Autor: Flávia Bernardes
13 de Mai de 2008

Os Tupinikim e Guarani do Estado viajam a Brasília nesta quarta-feira (14), para discutir quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciará os estudos étnico-ambiental no território recentemente reconquistado, em Aracruz. Segundo eles, falta apenas finalizar a demarcação física da aldeia de Comboios, para os estudos serem iniciados.

A expectativa do cacique da aldeia de Caieiras Velha, Cizenando, é de que a demarcação física da aldeia de Comboios termine em duas semanas. Só depois disso, os estudos serão iniciados. A aldeia de Caieiras Velha já foi demarcada pelos técnicos da Funai, como informou o cacique.

Com a ida a Brasília, os índios deverão estipular uma data para início dos estudos, passo essencial para nortear o desenvolvimento dos projetos que irão auxiliar na sustentabilidade das comunidades. Enquanto o estudo não começa, os índios ficam de mãos atadas para iniciar plantios e outros projetos que vão garantir o sustento dos indígenas.

Com o estudo, todas as necessidades da comunidade indígena deverão ser apontadas pela comunidade aos técnicos. Além disso, também serão avaliados o grau de degradação das terras e que tipo de plantios poderão ser realizados para suprir estas necessidades, dentro das condições encontradas.

A expectativa dos índios é que com isso possam ser desenvolvidos projetos que resgatem suas raízes e ajudem a comunidade a viver novamente em harmonia com sua cultura, recuperando, assim, a natureza e os benefícios que existiam na região antes da chegada da Aracruz Celulose.

Para a realização dos estudos, um grupo da Funai já esteve em Aracruz para conversar com a comunidade e conhecer melhor as necessidades das famílias indígenas, e chegou a prometer que os estudos seriam iniciados ainda em janeiro, o que não ocorreu. Houve atraso para o início da demarcação física e, consequentemente, para o início dos estudos.

Entre os projetos previstos pela comunidade estão o reflorestamento da área com espécies nativas, e a produção de alimentos e o cultivo de peixes em tanques. A intenção é que a iniciativa amenize os prejuízos gerados pela destruição das matas, o desaparecimento da caça e a degradação dos rios gerada pela exploração na região.

Com a reconquista dos 11.009 hectares, o território indígena Tupinikim e Guarani no Estado passa de 7 mil para 18.027 hectares, reconhecidos oficialmente. Mas na verdade os índios são donos de 40 mil hectares, no norte do Espírito Santo.

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