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Índios não podem ficar 'a mercê do descaso', diz Conselho Indígena após incêndio em prédio do DSEI Leste em RR

G1 https://g1.globo.com
Autor: Alan Chaves
22 de Nov de 2018

Em nota publicada na manhã desta quinta-feira (22), o Conselho Indígena de Roraima (CIR) afirmou que os índios "não podem ficar a mercê do descaso" após o incêndio que destruiu o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste Roraima. A organização indígena cobrou ainda que o caso seja investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal.

O Conselho Indígena de Roraima é uma organização de defesa aos direitos e interesses dos povos indígenas do estado. O CIR lamentou o incêndio e anunciou que vai pedir ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal que investiguem as causas do incêndio.

"São 325 comunidades indígenas, sete povos indígenas e um total de 49.706 indígenas atendidos pelo Distrito e que não podem ficar a mercê do descaso, seja pelo incêndio ou da própria gestão do Distrito que permanece no cargo, há mais de dois anos, por indicação política local", cita o CIR em nota
De acordo com informações apuradas pelo Conselho, existe a suspeita de que o incêndio tenha relação com uma manutenção elétrica que ocorria no local, mas ainda não há a confirmação, já que o caso ainda é analisado.

Até o momento, com base em levantamentos preliminares, o incêndio destruiu estruturas como almoxarifado, farmácia, radiofonia, logística, além de 8 veículos. O material atenderia comunidades indígenas de todo estado. Apesar do incidente, não houve vítimas.

Para Joílson Câmara, coordenador do DSEI Leste Roraima, mais de R$ 3 milhões de reais em medicamentos foram perdidos com o incêndio.

"Tudo foi perdido de medicamentos que nós iríamos equipar mais de 300 postos de saúde das nossas comunidades [indígenas]. Nós damos todo suporte para nossas comunidades, são mais de 325 comunidades que nós damos apoio hoje, com uma população de mais de 50 mil pessoas", lamenta.

Conforme o CIR, materiais recentemente comprados - como balanças, aparelhos de pressão, microscópios, radiofonias, baterias, placas solares, água e até alimentação - foram destruídos pelo fogo.

"Uma perda sem precedentes às comunidades indígenas que teriam seus materiais substituídos aos antigos, adquiridos ainda na época do Convênio CIR/Funasa", informou o Conselho Indígena.

O comandante da Operação de Combate a Incêndio, Tenente-coronel Mário Turco, afirmou que o trabalho total do Corpo de Bombeiros de controle do incêndio, prevenção e rescaldo do material queimado durou 15 horas. Segundo ele, esse foi o maior incêndio predial registrado este ano em Boa Vista.

O incêndio teve início por volta das 3h e destruiu a sede operacional e administrativa do DSEI Leste Roraima, no bairro 13 de Setembro, na madrugada dessa quarta-feira (21). A estrutura do prédio foi totalmente comprometida e há risco de desabamento.

"As colunas que ficam no flanco estão pendendo do lado de dentro do prédio e das ruas lateriais, que seriam a frente e fundo do prédio em si, estão pendendo para o lado de fora do prédio", conta Mário Turco.

Na manhã desta quinta o local permance isolado.

https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2018/11/22/indios-nao-podem-fic…

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