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Índios Gavião aprendem a se prevenir contra a Aids

IMIRANTE
26 de Out de 2007

BELÉM - O Povo Indígena Gavião vai participar de duas oficinas pedagógicas de DST/Aids, que serão realizadas entre os dias 29 de outubro e 1o de novembro, nas aldeias Parkatejê e Kwykatejê, localizadas no município de Bom Jesus do Tocantins (PA).

Essa é uma ação inédita, resultado da parceria entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Museu Paraense Emílio Goeldi, o UNICEF e lideranças indígenas. As oficinas serão voltadas aos agentes de saúde indígena e de saneamento indígena, professores, lideranças e profissionais de saúde que atuam no Distrito Sanitário do Guamá-Tocantins (Dsei Guatoc), Pólo Marabá, no Pará.

Sexualidade, processo de transmissão de DST/HIV/AIDS, prevenção entre os jovens e prevenção da transmissão vertical (da mãe para a criança) serão os temas abordados durante as capacitações. O principal resultado das oficinas será a elaboração de material educativo específico para cada aldeia, a partir do olhar e da compreensão que cada grupo tem sobre saúde. Os materiais serão bilíngües, em português e na língua dos índios Gavião, Timbira Oriental da família Jê.

Gavião - O nome 'Gavião' foi atribuído a diferentes grupos Timbira por viajantes do século passado que desse modo destacavam seu caráter belicoso. Dentre os assim chamados, Curt Nimuendajú qualificou de 'ocidentais', 'de oeste', ou ainda 'da mata', aos que vivem na bacia do Tocantins, a fim de os distinguir dos Pukôbjê e Krinkatí, do alto Pindaré no Estado do Maranhão, também conhecidos por aquela designação.

Na primeira metade do século XX, os 'Gavião de oeste' se distribuíam em três unidades locais autodenominadas conforme a posição que ocupavam na bacia do rio Tocantins. Uma delas chamou-se Parkatêjê (onde par é pé, jusante; katê é dono; e jê é povo), 'o povo de jusante', enquanto outra, Kyikatêjê (onde kyi é cabeça), 'o povo de montante', porque, no começo do século XX, por motivo de guerra entre as duas, a primeira refugiou-se a montante do rio Tocantins, já no Estado do Maranhão; por essa razão os Kyikatêjê são também designados como 'grupo do Maranhão'. A terceira unidade, que ficou conhecida como 'turma da Montanha' conforme sua autodenominação Akrãtikatêjê (onde akrãti é montanha), ocupava as cabeceiras do rio Capim.

Embora atualmente estejam todas reunidas, a distinção entre as três unidades permanece marcada. Os Gavião vivem na Terra Indígena Mãe Maria, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Estado do Pará. Situada em terras firmes de mata tropical, apresenta como limites os igarapés Flecheiras e Jacundá, afluentes da margem direita do curso médio do Tocantins.

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