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Índios ganham prazo para sair

A Tarde
Autor: Maria Eduarda Toralles
25 de Jan de 2007

A Justiça Federal de Eunápolis deu reintegração de posse a favor da
Góes Cohabita Administração, em relação a uma área de sete mil metros
quadrados. Mas os índios pataxós que ocupam o terreno conseguiram
permanecer. A área, ao lado da Faculdade do Descobrimento (Facdesco)
foi ocupada em junho do ano passado por integrantes da Aldeia de
Coroa Vermelha, município de Santa Cruz Cabrália, a 725 km de Salva
dor.

As 60 famílias indígenas que ocupam a área (cerca de 500 índios),
foram notificados da decisão judicial ontem pela manhã, por oficial
de justiça que compareceram no local sob a escolta de policiais
federais. "Pedimos um prazo de dois meses para sair do local. Vamos
tentar derrubar essa decisão judicial", disse o cacique Aruã.

As famílias alegam que o terreno está dentro do estudo de ampliação
do território indígena. Como, segundo a liderança indígena, a Aldeia
de Coroa Vermelha está superlotada (950 famílias indígenas vivem no
local), necessitavam de mais terras para abrigar as famílias da
comunidade. Sessenta ocas já foram construídas na área ocupada.

O diretor da Facdesco, Paulo Oliveira Salvatore, responsável pela
área, disse ter achado estranho apenas três agentes da Policia
Federal comparecerem à área, já que no documento expedido pelo juiz
federal, era solicitada escolta policial. Salvatore revelou que em
outubro, numa audiência entre as duas partes, os índios pediram um
prazo de dois meses para entregar um estudo antropológico sobre a
área e se comprometeram a não construir mais ocas na área. "Eles não
estão cumprindo isso, ainda estão construindo ocas", revelou.

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