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Índios e MP são entraves, diz ele

OESP, Nacional, p. A4
22 de Nov de 2006

Índios e MP são entraves, diz ele
Ao prometer 'destravar' o País, crítica para ecologistas

Lisandra Paraguassú, Enviada Especial, Barra do Bugres

Em discurso na inauguração da primeira usina de biodiesel associado ao álcool no Brasil, o presidente Lula afirmou ontem que não sabe quais são as soluções para o crescimento, mas prometeu se dedicar 'até o 31 de dezembro' à missão de encontrar formas de 'destravar o País'. E listou, entre os entraves, ambientalistas, licenças ambientais, índios, quilombolas e o Ministério Público.

Antes dele, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, havia atacado a demora nas licenças ambientais para a construção das eclusas do Rio Madeira. Lula defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mas criticou a legislação. Sobrou, ainda, para os ambientalistas: 'Porque as pessoas não querem que a gente use carvão, as pessoas não querem que a gente faça termelétrica, não querem usina nuclear e não têm dimensão do preço da eólica, do custo da termelétrica a óleo diesel.'

Lula foi além: 'Eu estou me dedicando, em novembro e dezembro, a ver se eu pego todos os entraves que eu tenho com o meio ambiente, todos os entraves com o Ministério Público, todos os entraves com a questão dos quilombolas, com a questão dos índios brasileiros, todos os entraves que a gente tem no Tribunal de Contas.'

Ao falar da busca do crescimento no País, o presidente prometeu definir ações logo. 'Não as tenho, mas eu vou encontrar, porque o País precisa crescer', afirmou. Após a eleição, Lula pediu à sua equipe uma série de medidas para acelerar o desenvolvimento, mas as achou tímidas.

Ontem, o presidente disse que logo vai lançar um 'pacote' de ações, mas avisou que não abrirá mão da responsabilidade fiscal. 'Não vamos quebrar a economia brasileira. Não me peçam para anunciar mágica.' Depois, reclamou de que se ganha demais com juros: 'Vamos ter que acertar essa situação.'

CUIDAR DOS POBRES

O que era para ser uma visita protocolar à inauguração da usina de biodiesel Barrálcool terminou num comício fora de época, graças ao prefeito Aniceto Miranda (PT). Emocionado com a visita do presidente, o petista juntou cerca de mil pessoas e um caminhão de som no campo de pouso onde Lula iria embarcar no helicóptero.

Feliz, o presidente terminou por fazer mais um discurso, dessa vez para falar da reeleição. 'Quero agradecer do fundo do coração pela confiança que depositaram em mim', disse. 'A gente não deveria falar governar, deveria falar cuidar. Eu tenho que cuidar das pessoas pobres desse País.'

OESP, 22/11/2006, Nacional, p. A4

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