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Índios do Alto Xingu protestam na Câmara contra construção de usina hidrelétrica na região

Radiobrás
08 de Jun de 2006

Índios do Alto Xingu protestam na Câmara contra construção de usina hidrelétrica na região

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), recebeu nesta quinta-feira (8) 15 lideranças indígenas do Alto Xingu. Eles foram protestar contra a construção da hidrelétrica de Paranatinga 2, que está sendo levantada perto do Parque do Xingu e de Parabubure, terra dos índios xavante, a 570 quilômetros de Cuiabá (MT). Do aldo de fora, no estacionamento da Cãmara, 107 indígenas fizeram uma dança de protesto.

Eles dizem que a construção da hidrelétrica vai alagar parte das terras e, por causa do lago que se formará, a cerimônia do Quarup - a festa anual feita pelos índios do Xingu para homenagear seus mortos - será inviabilizada.

Segundo o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), que recebeu os índios na Câmara, a reunião com Aldo não pode trazer grandes avanços para a reivindicação dos povos do Xingu. "O presidente disse ponderadamente que não tem como se posicionar. O que pode ser feito aqui na Câmara é a aceleração da aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas", disse.

O deputado explicou que o problema na região vem de um impasse entre a lei estadual - que determina a construção da hidrelétrica - e a lei federal - que garante o direito dos povos indígenas. "Esse é um ato político das lideranças indígenas para que eles saibam as limitações que a Casa tem na aprovação do estatuto", afirmou.

Semana passada, 120 índios de várias etnias que moram perto do local invadiram as obras pedindo a demolição da usina. Depois de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), eles se retiraram da região. Em troca, receberam ajuda do órgão para marcar audiências com o Judiciário, o Ministério Público e o Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, em Brasília (DF).

Em maio deste ano, o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, determinou a paralisação da obra. Ele alegou que a usina poderia causar danos fora da reserva e modificar o rio Culune, afluente do Xingu. A obra - que está 80% construída - se encontra embargada. (Priscilla Mazenotti/ Agência Brasil)

Radiobrás, 08/06/2006

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