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Índios apresentam reivindicações para permitir asfalto em área de reserva

24 Horas News
Autor: Juliana Liz
30 de Mar de 2008

Autoridades indígenas, como o cacique geral da etnia Paresi, João Arrezomae, autoridades estaduais e municipais, ouviram as reivindicações dos indígenas para realização da pavimentação asfáltica que ligará o município de Campo Novo do Parecis ao município de Sapezal, na continuação da MT-235, que corta a terra indígena Utiariti. A reunião ocorreu na aldeia Rio Verde, pertencente ao município de Tangará da Serra, definiu as reivindicações da comunidade indígena para permitir o obra.

A pavimentação desse trecho é um sonho antigo, que começou ainda na gestão do prefeito Jesur José Cassol, mas devido a questões burocráticas, ainda não havia sido definida a realização. Porém, esse importante empreendimento deverá iniciar nos próximos meses, beneficiando não só o povo indígena, mas também a toda a região, promovendo o crescimento pela facilidade de acesso.

As reivindicações foram formalizadas após reunião realizada no dia 08 de março, na aldeia Rio Verde, que contou com a participação de caciques e lideranças de quarenta aldeias, de um total de quarenta e seis, das nove terras indígenas Paresi. Entre as definições do evento, que foram apresentadas na última terça-feira, houve unanimidade na aprovação da pavimentação da MT-235. A decisão foi fundamentada no resultado de estudos de impacto ambiental, social e antropológico.

Entre as demais condições impostas estão: a permanência e manutenção do pedágio cobrado pelos indígenas, com a destinação de 100% dos recursos para as associações; e a recuperação da Estrada Nova Fronteira, que não foi beneficiada com a pavimentação, para que se continue em uso. A manutenção das estradas ficará por conta do estado e municípios. O trecho pavimentado deve ser transformado em estrada indígena Paresis. A praça de cobrança será em um único local, com infra-estrutura e a cobrança será feita por tempo indeterminado.

A empresa responsável pela execução da obra terá que conhecer a realidade do povo Paresí, e o trabalho será acompanhado por uma comissão de indígenas. E ainda, o trecho pavimentado em terra indígena não deve ser municipalizado, estadualizado ou federalizado.

O prefeito de Campo Novo do Parecis, Sergio Stefanelo, ao fazer uso da palavra ressaltou a importância da obra, tanto para o povo indígena quanto para o desenvolvimento da região. "Estamos muito satisfeitos com a realização desse antigo sonho. Essa obra trará benefícios não só para o povo Paresí, mas contribuirá imensamente para o desenvolvimento da região. A comunidade indígena fez suas reivindicações e obteve a palavra de todos os órgãos envolvidos de que todas, sem exceção, serão atendidas e respeitadas", finalizou Stefanelo.

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