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07 de Abr de 2010
Os integrantes da Comissão Organizadora da Festa Homologação, nomeada pelo Ministério da Justiça, reuniu ontem (6) a imprensa que pediu credenciamento para participar do evento na Comunidade de Maturuca, de 15 a 20 de abril, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O encontro ocorreu na sede do Conselho Indígena de Roraima (CIR), na Casa de Cura, na BR-174, que também integra a comissão.
No encontro foram repassadas as normas internas que a Comunidade Maturuca mantém há muito tempo para não-índios que visitam a região, como não poder trabalhar de bermuda, por exemplo. Outra preocupação da comunidade é com relação ao direito de imagem. As lideranças indígenas da região das Serras decidiram pela assinatura de um termo em que os índios cedem suas imagens por 6 meses.
Em troca desta cessão do direito de imagem, o setor de comunicação da Comunidade Maturuca está pedindo que os profissionais que fizerem imagens deixem cópias do que for produzido de fotos e vídeos, diariamente. A Comissão Organizada está apenas intermediando esse acordo.
O CIR também não tem nenhuma ingerência sobre esta decisão nem a proposição do acordo. O Departamento de Comunicação do CIR, que compõe a Comissão Organizadora, também ajuda nessa intermediação para que não haja nenhum impedimento ou cerceamento aos profissionais de imprensa nos dias da festa ou na cobertura da vista do presidente Lula da Silva (PT), prevista para 19 de abril.
As comunidades indígenas querem que os profissionais de imprensa e de produtoras possam usar as imagens produzidas durante a festa, mas cobram como contrapartida o direito de ter suas imagens. Foi uma condição bastante discutida pela Comunidade de Maturuca e as demais da região das Serras, as realizadoras da festa.
O coordenador de Comunicação da Comunidade do Maturuca, Aldenir Wapixana, é quem ficará responsável nos dias da festa em atender os profissionais de mídia na hora de baixar as imagens para o banco de imagens que será montado em Maturuca por uma comissão escolhida pelas próprias lideranças indígenas.
O atendimento à imprensa durante a cobertura será feita pelo jornalista Jessé Souza, membro da comissão nomeada pelo Ministério da Justiça, que estará no evento para dar apoio e explicações aos profissionais.
Os profissionais do CIR, a pedido da Comunidade Maturuca, serão os únicos que vão circular fora do limite imposto pela assessoria da Presidência da República para a imprensa em geral. Como de praxe, haverá um local específico para a imprensa circular e momento específico para entrevista coletiva.
Esses dados sobre o local destinado à imprensa para ter acesso ao presidente Lula e sobre a estrutura da coletiva ainda serão definidos pela assessoria da Presidência da República, que virá ainda esta semana a Roraima para se reunir com toda a Comissão Organizadora da Festa da Homologação.
TERMO - Conforme ficou definido na reunião ontem pela manhã, os profissionais que pediram credenciamento vão entregar suas fichas cadastrais na sexta-feira, na sede do CIR, na Casa de Cura, quando assinarão o termo de compromisso de cessão de imagens que será formalizada com a Comunidade do Maturuca.
O horário de atendimento será das 8h30 às 12h e das 14h30 às 17h30 de sexta-feira. A ficha cadastral e o termo são requisitos fundamentais na hora de passar por três barreiras de segurança durante o período da festa, como forma de fiscalizar entrada de pessoas não autorizadas, armas, bebidas e outros ilícitos, além de garantir a segurança do evento.
A exigência da Presidência da República é que toda a imprensa chegue até as 18h do dia 18, pois no dia 19 de abril todo o acesso será fechado pelas equipes de segurança compostas pela Polícia Federal e Força Nacional de Segurança. Só vão entrar no dia 19 autoridades convidadas e cadastradas, além de outros casos excepcionais que serão analisados pelas equipes de segurança.
O acesso por estrada até Maturuca não é fácil, por se tratar de região de serras. Partindo de Boa Vista, o trajeto de ida e volta será de mais ou menos 700Km. É necessário que se leve pelo menos 50 litros combustível para abastecer o carro. São cerca de cinco horas de viagem de ida, podendo até chegar 7 horas se o condutor for numa velocidade mais baixa.
É necessário que o carro esteja revisado e com pneus novos para que se evitem surpresas desagradáveis. Embora o 6 Batalhão de Engenharia de Construção esteja recuperando a estrada, há trechos de serras onde há muitas pedras, subidas e descidas.
DORMIDA E COMIDA - Os profissionais de imprensa precisam levar redes ou barracas para acampar, além de pratos e talheres. A alimentação será oferecida pela Comunidade Maturuca, mas haverá pontos de vendas para quem não quiser entrar na fila ou por outro motivo. Os convidados e imprensa também poderão levar sua própria alimentação, se assim desejarem.
Não custa lembrar que estão sendo aguardados 15 mil convidados, o que eventualmente pode ocasionar demora e grandes filas para conseguir alimentação. Daí a necessidade de estar equipado com pratos e talheres para facilitar o serviço. Mas um esquema de distribuição de alimentos está sendo montado para que não haja demora ou qualquer tipo de transtorno.
Os índios já têm experiência nesse tipo de trabalho, quando em assembleias são atendidas até mil pessoas no horário do almoço e janta. Os alimentos são distribuídos por região, com uma coordenação para cada região. No caso dos convidados, haverá também cuidado de montar esse mesmo esquema.
Mas as comunidades indígenas vão instalar feiras-livres e pontos de comercialização de comidas tradicionais e outros tipos de alimentação, como forma de garantir renda para suas famílias. Isso pode facilitar quem queira comprar comidas ou outro tipo de produtos.
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