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Indígenas reagem ao discurso de Lula na ONU e cobram mais participação

BNC - https://bncamazonas.com.br
Autor: Iram Alfaia
24 de Set de 2024

Segundo o movimento, as experiências e perspectivas ancestrais são deixadas de lado na construção de políticas públicas e tomadas de decisão

"Não é mais admissível pensar em soluções para as florestas tropicais sem ouvir os povos indígenas, comunidades tradicionais e todos aqueles que vivem nelas", disse o presidente Lula da Silva nesta terça-feira (24), em Nova York, durante abertura da assembleia geral da ONU.

Todavia, o movimento indígena não reagiu bem à fala do presidente, que prometeu ainda não transigir com ilícitos ambientais como o garimpo ilegal e o crime organizado nas terras indígenas.

Em nota, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) afirmou que "governo federal tem falhado em integrar os conhecimentos tradicionais e a participação dos povos indígenas na gestão da crise ambiental".

O movimento diz que, frequentemente, as experiências e perspectivas ancestrais são deixadas de lado na construção de políticas públicas e tomadas de decisão, mesmo os povos indígenas sendo os grandes protagonistas na conservação e gestão sustentável dos recursos naturais.

"O presidente Lula e os governantes dos estados da Amazônia brasileira precisam transformar suas palavras em ação, inserindo de fato os povos indígenas nos processos de tomada de decisão. Passou da hora das autoridades políticas globais reconhecerem o papel dos povos originários para a superação de problemas como a fome e a crise climática", diz um trecho da nota.

A Coiab afirma que a "demarcação de terras é uma estratégia fundamental não só para a adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, mas também para garantir a segurança alimentar de milhares de pessoas dentro dos territórios indígenas, que hoje sofrem com a seca e as queimadas, sem acesso a direitos fundamentais como o acesso à água e alimentação".

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Discurso
O presidente, por sua vez, diz que muito já foi feito pelo seu governo, mas é preciso fazer mais.

"Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental. Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado. Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030".

Lula ressaltou ainda que a Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. "Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto. O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania".

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