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Índia Tuyra e Muniz voltam a ficar frente a frente em sessão

O Liberal-Belém-PA
19 de Nov de 2003

O complexo hidrelétrico de Belo Monte, projetado para ser construído na região do Xingu, será debatido em sessão especial que a Assembléia Legislativa realizará amanhã, atendendo a requerimento do deputado Airton Faleiro (PT). A sessão vai reunir na mesma mesa a índia kayapó Tuyra e o ex-presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes. A índigena protagonizou um dos episódios que marcaram a década de 1980: num debate sobre a construção da hidrelétrica, à época denominada Kararaô, Tuyra passou abanou com um facão o rosto e o pescoço de Muniz, então presidente da estatal, cujo projeto de sua autoria passaria dentro da reserva kayapó, alagando parte das terras indígenas. As imagens do protesto de Tuyra ficaram famosas no mundo todo.

Depois de inúmeros protestos contra a construção da hidrelétrica, o projeto foi alterado, reduzindo-se o impacto sobre as terras indígenas situadas no Xingu. A hidrelétrica foi projetada para ser construída entre os municípios de Vitória do Xingu e Altamira e apresentada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso como a solução para o problema energético do País. Mas os ambientalistas e boa parte da esquerda brasileira se mostraram contrários à idéia, tanto que inúmeras ações judiciais foram movidas, o que impediu o início das obras.

No governo Luiz Inácio Lula da Silva, ressurge a idéia de que o complexo de Belo Monte poderá ser uma das tábuas de salvação do problema energético brasileiro.

A intenção do deputado Airton Faleiro em colocar o projeto novamente em discussão, na Assembléia Legislativa, é reavivar o debate sobre a política energética e os planos do governo estadual para o setor. O deputado ressalta que o Pará tem um histórico preocupante dos grandes projetos implantados em seu território, sempre planejados ou pelo governo federal ou por empresas privadas, sem levar em consideração as questões regionais e sem ouvir a comunidade local.

Faleiro explica que é necessário saber os planos do governo federal e se há novidades sobre o projetado empreendimento. Além disso, o petista defende que a Assembléia Legislativa assuma o papel de interlocutora para garantir à região o diálogo com a sociedade sobre todos os projetos propostos para implantação no Estado do Pará.

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