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Índia morta em Dourados passava fome, diz guarani

Campo Grande News-Campo Grande-MS
Autor: Helio de Freitas
09 de Fev de 2005

Em entrevista nesta manhã à rádio 94 FM, o índio guarani Sebastião Isnardi, 24, disse que a filha de três anos e onze meses, que morreu ontem no Hospital da Mulher, em Dourados, passava fome. Ele contou que por dois anos tentou se cadastrar no Programa de Segurança Alimentar do governo do Estado, mas afirma nunca ter conseguido receber a cesta básica. A menina, identificada como Kionara, morreu por volta de 10h de ontem ao dar entrada no hospital. No atestado de óbito consta que ela morreu em decorrência de desnutrição de terceiro grau e de parada cardiorespiratória.
A menina estava com o pai em Dourados, mas já tinha morado com a mãe na aldeia Lima Campo, em Ponta Porã. Segundo Sebastião Isnardi, Kionara tinha passado por tratamento no Centro de Recuperação Nutricional da Missão Evangélica Caiuá.
No mês passado, o secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, José Giácomo Baccarin, esteve em Dourados para conhecer a realidade vivida pelos índios guaranis-caiuás. Anunciou que mais 1.200 cestas básicas serão entregues aos índios de Dourados, mas até agora a distribuição dos alimentos não começou. Na semana passada, um grupo de trabalho enviado pela Funai atestou que os casos de desnutrição e aumento da mortalidade infantil entre os índios ocorrem por causa de problemas administrativos na Funasa (Fundação Nacional de Saúde), responsável pelos servidos de saúde nas aldeias

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