VOLTAR

Ibama fecha polo de madeireiras fantasmas

FSP, Brasil, p.A15
21 de Abr de 2005

Ibama fecha pólo de madeireiras fantasmas
SILVIO NAVARRODA AGÊNCIA FOLHA Uma operação do Ibama, com apoio do Exército e da Polícia Rodoviária Federal, desmontou o maior pólo de madeireiras "fantasmas" do Estado do Pará. O saldo da ação, considerado recorde pelo órgão, foi a descoberta de 40 empresas que só existem no papel. A base do esquema era o município de Tailândia (PA), às margens da rodovia PA-150.A fiscalização começou no último dia 12 e terminou anteontem. No total, foram recolhidos 8.000 m3 de madeira clandestina e aplicados R$ 1,5 milhão em multas.Na prática, as empresas "fantasmas" são criadas para obter ATPF (Autorização para Transporte de Produto Florestal), um tipo de nota fiscal para escoar madeira em tora. Segundo o Ibama, uma ATPF vale R$ 45 por metro cúbico declarado no mercado negro.O processo é conhecido como "esquentar madeira". No caso de Tailândia, a madeira era transportada como se fosse oriunda de uma área com liberação de plano de manejo -autorização do Ibama para explorar áreas de cobertura florestal. Na região, dos 36 manejos liberados no passado, só um não foi suspenso.Para o Ibama, trata-se de um novo eixo de circulação clandestina de madeira no Estado, escoada pela região de Tucuruí.O Ibama também fechou seis serrarias ilegais. Outras 18 serrarias e duas madeireiras foram localizadas em sobrevôo, mas o órgão não conseguiu chegar até elas. Também foram embargadas cinco carvoarias e uma olaria.De acordo com técnicos ambientais do órgão, a extração ilegal teria cerca de quatro anos e estava em expansão. Os técnicos estimam que a atividade predatória extraiu 5.000 árvores em Tailândia, a maioria de espécie nobre.O Ibama encaminhou relatório da operação ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Os nomes das empresas não foram divulgados. A ação foi a terceira neste ano no Pará. No mês passado, o órgão flagrou 28 empresas funcionando ilegalmente. Depois, apreendeu 37.800 m3 de madeira e aplicou mais de R$ 8 milhões em multa em Anapu (PA). Em 2002, o alvo foi Novo Progresso, com saldo de 24 empresas empresas fantasmas. Em 2003, ação no entorno de Belém terminou com a prisão de 18 madeireiros.

FSP, 21/04/2005, p.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.