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Ibama atrapalha desenvolvimento do Amazonas, diz superintendente do Dnit

Portal Amazônia - http://www.portalamazonia.com.br
Autor: Marina Souza
02 de Jun de 2011

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Afonso Luiz Lins Junior, criticou, nesta quinta-feira (2), a ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas. Segundo ele, o órgão é mais criterioso no Estado, e atrapalha o desenvolvimento do Amazonas. "Eles implicam com nossas obras", disse. As obras consideradas prioritárias pelo Dnit estão embargadas pelo Ibama.

Durante reunião com membros da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-M), Lins declarou que "todos os trabalhos realizados no Amazonas, infelizmente, têm muito mais dificuldade para liberação ambiental". A atual prioridade do Dnit é a revitalização da BR-319, construída em 1963 pelo Governo Militar. O órgão pretende também reformar as rodovias BR-174 (Manaus-Boa Vista), BR-230 (Transamazônica) e BR-317 (Boca do Acre-Rio Branco).

Lins ressaltou o avanço da construção da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. O Dnit pretende dividir o trecho a ser revitalizado em seis lotes para asfaltamento. De acordo com Lins, o órgão descarta também a possibilidade de implantar ferrovias ao invés da estrada. "A obra custaria cinco vezes mais e, apesar de empresários preferirem, consideramos inviável", declarou.

O Dnit afirmou ainda que a BR-319, se liberada pelo Ibama, deverá ser concluída até dezembro de 2013, data esta seis meses antes da última previsão declarada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Lins afirmou considerar importante a conclusão da reforma até a Copa de 2014. "O povo brasileiro quer pegar um carro e vir para Manaus assistir a Copa na Amazônia", destacou.

Afonso Lins Junior criticou também a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo ele, a antiga ministra, declaradamente contra a BR-319, proibiu as obras apenas no Amazonas, liberando diversas outras rodovias em diferentes estados da Amazônia Legal. "Não devemos aceitar 'pitacos' de quem não é daqui. O amazonense quer a estrada", disse.

O superintendente lembrou da BR-317 que, de acordo com ele, desmatou grande parte do território do Acre, estado de Marina Silva, e no Amazonas foi embargada. A estrada começa no município de Boca do Acre (a 1028 quilômetros de Manaus) que, no último sábado (28), passou a integrar lista dos maiores devastadores da Amazônia, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Lins disse acreditar que o Dnit não pode impedir o desflorestamento da área. A rodovia necessita ainda de asfaltamento em duas áreas em reservas indígenas, de acordo com o Dnit.

O Departamento acredita que a liberação das estradas trará progresso e facilitará o turismo ecológico. "Não acredito que as rodovias vão atrair a ação de desmatadores", informou Lins. A fiscalização nas áreas será responsabilidade do Exército Brasileiro.

O encontro realizado nesta tarde discutiu ações para diminuir custos com transporte para o comércio no Amazonas. "Queremos apoio do Dnit para melhorar a situação da classe", afirmou o presidente da CDL-M, Ezra Benzion Manoa. O empresário disse acreditar que "o tempo dirá quem estava certo, se eram os ambientalistas ou a voz do progresso".

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