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Ibama apreende peixes ornamentais que seriam contrabandeados em Belem

O Globo, O Pais, p.10
03 de Jan de 2006

Ibama apreende peixes ornamentais que seriam contrabandeados em Belém
Ismael Machado
O Ibama apreendeu ontem em Belém 57 caixas de peixes ornamentais que seriam contrabandeados para a Europa e para o Japão. A mercadoria foi encontrada no Aeroporto Internacional de Belém, no dia 31 de dezembro. A carga não tinha os documentos de exportação e tinha sido transportada de Altamira (PA) por uma empresa de táxi aéreo que presta serviços aos Correios e Telégrafos. O contrabando foi descoberto por um fiscal da Receita Federal que desconfiou da quantidade de caixas de isopor que seriam embarcadas. Ao descobrir do que se tratava, o fiscal acionou o Ibama.
Além dos peixes ornamentais a carga continha também arraias. Segundo o Ibama, é proibida a pesca do animal em território brasileiro. De acordo com a Receita Federal, o receptador em Belém seria a empresa DD Uliana Agropecuária e Indústria, uma das maiores exportadoras de peixes da Amazônia.
Vários peixes já estavam mortos
Os peixes estavam acondicionados em sacos plásticos transparentes. Vários peixes já estavam mortos. A fiscalização do aeroporto estranhou o fato de não haver nota fiscal no carregamento nem a Guia de Transporte Animal (GTA) mas mesmo assim, o transporte executado por uma empresa de aviação a serviço de uma estatal.
— Queremos descobrir como uma carga sem documentação foi transportada por um avião dos Correios — disse o fiscal da Receita Federal Ivanilson Brasil. A ECT ainda não se manifestou sobre o caso.
A empresa de táxi aéreo e a DD Uliana foram autuadas pelo Ibama e deverão responder por crime de comercialização ilegal de espécies aquáticas, que caracteriza dano ambiental. Tanto o Ibama como a Receita Federal suspeitam de que a carga faça parte de um esquema para contrabandear espécies da fauna amazônica. Um dos indícios é que o transporte seria feito na noite de réveillon, quando não costuma haver fiscalização do Ibama no aeroporto.
A Receita Federal afirmou que vai investigar as duas empresas envolvidas no suposto esquema de comercialização ilegal de peixes para fora do País. Os peixes que sobreviveram serão destinados ao centro de pesquisa da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

O Globo, 03/01/2006, p. 10

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