VOLTAR

Ibama apreende 284m³ de madeira em desmatamento clandestino

O Rio Branco-Rio Branco-AC
Autor: Ana Sales
16 de Mai de 2003

A Gerência Regional do Instituto de Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama- AC) realizou a primeira apreensão de madeira ilegal do Acre, na última quarta feira. Mais de 285 metros cúbicos estavam escondidos no meio da mata, próximo ao KM 98 da BR 364, já próximo à travessia do Rio Abunã. Alfredo Anselmo Forneck, gerente da instituição, informou que a apreensão foi feita através de denúncias e as toras de madeira, de diversas espécies, estavam há 12 km da margem da BR 364, no local denominado ramal da Rondonbrás, gleba Porto Dias.

Forneck disse que a região é caracterizada de grande conflito, pela intensidade de extração de madeira clandestina. É tipo uma região sem lei, por não haver uma intervenção nem do estado do Acre nem do estado de Rondônia.

A Polícia Federal acompanhou a equipe de fiscais ambientais, dando cobertura à operação do Ibama. Foram quase 100 toras de madeira apreendidas. Só de Cumaru ferro, 24 árvores haviam sido abatidas e somavam 10 metros cúbicos. Nove toras de sumauma somavam 40 metros cúbicos, de cumaru cetim foram apreendidos mais de 36 metros e de faveiro mais de 45 metros cúbicos. O gerente disse que o proprietário da madeira ainda não havia sido localizado e sua identidade estava sendo investigada.
O Ibama disse que vai intensificar a fiscalização, em ações integradas com a Polícia Federal, aos pátios das madeireiras e também vai realizar blitze relâmpago para inibir a extração ilegal das madeiras da Amazônia.

O gerente da instituição disse que o Ibama vai realizar um trabalho de educação ambiental junto aos índios, seringueiros, pecuaristas e pequenos trabalhadores rurais, para conscientizá-los das punições que podem sofrer com a extração clandestina de madeira. Forneck disse ainda que a legislação atual "deixa uma grande brecha para o abate ilegal" ao determinar que a guia de Transporte de Produtos Florestais (TPF) seja preenchida pelo próprio madeireiro, no local do abate. "Com essa prática, muitos madeireiros não colaboram deixando a guia em branco que serve para transporte para diversas vezes. Ao saberem que serão fiscalizados é que eles preenchem", comentou Forneck que defende mudanças na lei.

Forne viaja hoje cedo para Feijó onde participará da 12ª Assembléia da Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (Opire), iniciada na última quarta-feira e que se encerra domingo. Mais de 500 indígenas, nas nações Kaxinawá, Kulina e Shanenawá participarão do encontro que vai discutir, dentre outros temas, as formas racionais de exploração de madeira no Acre.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.