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HRT vai furar 12 poços de gás na região amazônica

OESP, Economia, p. B7
17 de Nov de 2010

HRT vai furar 12 poços de gás na região amazônica

Sabrina Valle / Rio

A empresa de petróleo HRT, que no mês passado arrecadou R$ 2,3 bilhões no lançamento de suas ações ao mercado (IPO), anunciou ontem que pretende perfurar, no mínimo, 12 poços na Bacia dos Solimões em 2011. O foco serão as perfurações em terra, na região amazônica, depois da descoberta de um tipo de gás que indica a presença de petróleo em camadas tão profundas quanto as do pré-sal costeiro.
"Independentemente de onde estamos furando, se formos profundo, teremos grandes descobertas em todas as partes da bacia", disse ontem o presidente da HRT Participações, Márcio Rocha Mello, em teleconferência com analistas.
Mello, um dos mais renomados geólogos do País, disse estar seguro da presença de petróleo depois de encontrar "gás úmido" (uma mistura de metano, etano, propano e butano) em testes em diferentes pontos da bacia, cuja área de cerca de 480 mil quilômetros quadrados se aproxima à do território da França.
O gás úmido, explica, aparece numa estrutura geológica diferente da do gás seco (metano), ocultando as camadas de petróleo no fundo. A tecnologia para este tipo de exploração é recente. No passado foram perfurados 226 poços na bacia, sendo apenas três abaixo dos 3 mil metros de profundidade.
Resultados rápidos. Para chegar a camadas ultraprofundas, a empresa contratou quatro sondas com capacidade para perfurar a 4,5 mil metros, que serão entregues entre dezembro e fevereiro. "Os resultados vão ser muito rápidos", disse Mello. "Nos últimos dez anos, somente dez poços foram perfurados e, desses dez, sete tiveram sucesso", afirmou.
A empresa, que após o IPO chegou um valor de mercado de R$ 5,3 bilhões, divulgou na sexta-feira seu resultado consolidado do terceiro trimestre, que ficou negativo em R$ 29,8 milhões, um prejuízo 55% maior do que no trimestre anterior (R$ 19,2 milhões).
Além do Brasil, a HRT tem concessões offshore na Namíbia, na África, segundo a empresa, em condições geológicas muito semelhantes às das áreas do pré-sal brasileiro.

OESP, 17/11/2010, Economia, p. B7

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101117/not_imp641009,0.php

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