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Guarda é morto no Parque Estadual Intervales, em São Paulo

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Autor: Daniele Bragança
03 de Mai de 2020

Uma operação de fiscalização dentro do Parque Estadual Intervales, em Sete Barras, na região do Vale do Ribeira, em São Paulo, terminou com um guarda patrimonial morto e um guarda-parque baleado. O tiroteio ocorreu na tarde de sexta (01). A equipe passou a noite na mata e foi resgatada na manhã seguinte (02). Um homem foi preso em flagrante, o resto do grupo conseguiu fugir.

Os guardas-parques e patrimoniais participavam de uma operação, junto com a Polícia Militar Ambiental de São Paulo, de fiscalização rotineira. Durante a operação, iniciada na tarde de sexta-feira (01), foram surpreendidos com a presença de garimpeiros, que estavam armados. Houve tiroteio.

Segundo o que está registrado no Boletim de Ocorrência, os policiais encontraram 4 homens na mata. Um foi detido e o restante do grupo conseguiu fugir. O tiroteio ocorreu quando os agentes tentavam alcançar o grupo. Damião Cristino de Carvalho Junior foi baleado na cabeça e não resistiu. Tinha 28 anos, era guarda patrimonial terceirizado e trabalhava lotado no Parque Estadual Intervales desde 2017. Um guarda-parque também foi baleado, na perna. Foi hospitalizado e já se está em casa, se recuperando. Com um guarda ferido, outro morto, os policiais ambientais pediram reforços, mas o resgate só pode ser concluído na manhã de sábado.

O caso foi registrado como homicídio simples pela Delegacia de Sete Barras, onde é investigado.

A Fundação Florestal, que cuida da unidade de conservação, divulgou nota lamentando o ocorrido: "Nós nos solidarizamos com a dor da família e desejamos que o exemplo do nosso querido Damião guie as futuras gerações a construir um mundo melhor, com mais tolerância, mais amor e respeito ao próximo e à natureza", disse a instituição, em nota.

ONGs ambientais que atuam na Mata Atlântica, como a Fundação SOS Mata Atlântica e o WWF-Brasil, publicaram nota conjunta sobre o ocorrido. "A proteção de Unidades de Conservação (UCs) como o PE Intervales depende principalmente de guarda-parques, profissionais preparados e capacitados para a execução dos programas de gestão dessas áreas. São o elo fundamental entre as políticas públicas e as comunidades locais nas áreas onde desempenham seu trabalho", escreveram, em nota também assinada pelas ONGs Imaflora, Rede Pró-UC e TNC. "A gestão das UCs do Brasil tem sofrido com a redução de equipe e a precarização da infraestrutura dos sistemas de proteção ambiental. Isso acaba gerando uma pressão ainda maior sobre os guarda-parques e os serviços terceirizados de vigilância que estão à frente da proteção do patrimônio natural do Brasil", escreveram.

O Parque Estadual Intervales abrange os municípios de Ribeirão Grande, Guapiara, Sete Barras, Eldorado e Iporanga, na região do Vale da Ribeira. Protege uma área de 42 mil hectares de Mata Atlântica ainda bem conservada. O garimpo ilegal é um problema relativamente recente na região. A principal ameaça ainda é a extração ilegal de palmito e a caça.

*Atualizado às 18h15, do dia 03/05/2020, para incluir informações fornecidas pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

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