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Grupo de republicanos apoia a adoção nos EUA de imposto de carbono

Valor Econômico, Internacional, p. A9
09 de Fev de 2017

Grupo de republicanos apoia a adoção nos EUA de imposto de carbono

Ed Crooks

Um grupo de ex-autoridades de governos republicanos anteriores propôs um imposto sobre as emissões de dióxido de carbono, cuja arrecadação seria usada para pagar centenas de dólares a cada cidadão americano, como modo de estruturar um argumento conservadores no sentido de enfrentar a ameaça das mudanças climáticas.
O grupo inclui James Baker, que foi secretário do Tesouro do presidente Ronald Reagan e secretário de Estado do presidente George H. W. Bush; George Shultz, secretário de Estado de Reagan; Hank Paulson, secretário do Tesouro de George W Bush; Martin Feldstein, presidente do conselho de assessores econômicos de Reagan; e Greg Mankiw, que ocupou o mesmo cargo no governo de Bush filho.
Alguns deles se reuniriam ontem com funcionários da Casa Branca do presidente Donald Trump para apresentar um plano de combate ao aquecimento global, que, segundo eles, "encarnaria os princípios do livre mercado e de um governo limitado".
O pacote inclui um imposto sobre as emissões de dióxido de carbono, a partir de US$ 40 por tonelada.
Toda a arrecadação seria revertida em dividendos pagos às pessoas físicas.
O grupo, conhecido como Conselho de Liderança Climática, argumenta que o imposto, que poderia crescer ao longo do tempo, enviaria "um sinal vigoroso às empresas e consumidores, ao mesmo tempo em que geraria receitas para recompensar os americanos por diminuírem a sua pegada coletiva de carbono".
Os dividendos poderiam inicialmente chegar a US$ 2 mil por ano para uma família de quatro pessoas, sugeriu o grupo em um relatório publicado no lançamento de sua campanha.
Haveria ainda um "ajuste fiscal de fronteira" para garantir que os bens importados fossem onerados pelo mesmo preço das emissões de carbono. Eles afirmam que o plano permitirá uma "reversão regulatória significativa", especialmente de regras visando reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa.
O debate sobre a política climática ficou polarizado nos EUA, e os republicanos prometeram uma reversão da regulação de emissões, agora que detêm controle tanto do Congresso como Casa Branca.
Trump disse em 2012 que "o conceito de aquecimento mundial foi criado por e para os chineses, para tornar a produção americana não competitiva". Em outras ocasiões, ele manifestou ceticismo sobre se as mudanças climáticas podem ser efetivamente um problema grave. E prometeu descartar o Plano de Energia Limpa, um conjunto de regras que limitam as emissões das usinas geradoras de eletricidade e que foi a peça central da tentativa do governo Obama de conter os gases do efeito estufa.
Trump relacionou sua política climática com a preocupação de que a regulação das emissões de carbono poderia eliminar empregos industriais nos EUA e comprometeu-se a reduzir a burocracia para estimular o emprego.
O Conselho de Liderança Climática diz que substituir as complexas regras de emissões por um imposto simples (e neutro em termos de receitas) poderia "fortalecer a economia, beneficiar os americanos da classe trabalhadora, reduzir a regulação, proteger o patrimônio natural e consolidar uma nova era de liderança republicana".
O relatório conclui que, com o controle republicano, vem "a responsabilidade de exercer uma liderança sábia sobre os desafios que definem nossa era, entre eles as mudanças climáticas no mundo". E acrescenta: "Cabe ao Partido Republicano liderar as iniciativas, e não fechar os olhos [aos problemas]".

Valor Econômico, 09/02/2017, Internacional, p. A9

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