Carbono Brasil - www.carbonobrasil.com
Autor: Fabiano Ávila
14 de Jun de 2010
Numa decisão que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) chamou de histórica, os representantes dos governos mundiais reunidos em Busan, na Coréia do Sul, concordaram com a criação da Plataforma Intergovernamental para Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos- Intergovernmental Science Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES).
O novo órgão funcionará de maneira semelhante ao Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), realizando estudos e facilitando a comunicação entre os pesquisadores e os governos.
"O sonho de muitos cientistas, de países desenvolvidos e em desenvolvimento, se tornou realidade. O IPBES representa o maior passo já dado em termos de organizar uma resposta global para a perda de organismos vivos, florestas, água potável, recifes de coral e outros ecossistemas que fornecem trilhões de dólares em serviços indispensáveis para toda a vida - incluindo a vida econômica - na Terra", afirmou Achim Steiner, sub-secretário geral da ONU e diretor executivo do PNUMA.
Steiner também comemorou o fato como uma vitória do diálogo, elogiando a maneira com que os diplomatas superaram divergências sobre financiamento e chegaram a um consenso pela criação do IPBES.
O lançamento da nova entidade acontece logo após uma série de alertas nos últimos meses de que a perda da biodiversidade.
A ONU publicou, no começo de maio, o relatório Global Biodiversity Outlook 3 que registrou taxas de extinção até 1000 vezes maiores que as médias históricas e analisou os impactos econômicos da degradação dos ecossistemas que podem estar alcançando um "ponto crucial".
Dessa forma, recursos que são oferecidos gratuitamente pelos ecossistemas, como água e ar limpos, polinização, remédios e solos férteis podem deixar de estar disponíveis se a atual taxa de degradação ambiental e de extinção de espécies se manter.
De acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), para compensar as perdas desses serviços, empresas e governos terão que gastar um valor total de até US$ 4,5 trilhões.
O papel do IPBES
O principal objetivo da Plataforma Intergovernamental para Plataforma Intergovernamental para Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos é reunir dados de pesquisas e estudos e passar essas informações para os governos de forma que suas decisões sejam mais bem fundamentadas e eficientes.
Além disso, o IPBES vai trazer a atenção dos países para "novos tópicos" da biodiversidade identificados pela ciência, tornando mais dinâmica a relação entre as pesquisas e as ações públicas.
Outra função primordial da entidade será catalisar fundos das agências da ONU, fundações e outras fontes para cientistas e pesquisas em países em desenvolvimento e assim incentivar um conhecimento mais global da situação dos ecossistemas.
A criação do IPBES será apresentada na próxima assembléia geral da ONU em setembro e posteriormente será consolidada no encontro ministerial do PNUMA em fevereiro de 2011.
"Eu aplaudo todos os governos por sua determinação e visão em redigir esse que pode se tornar um significante capítulo na história da relação da humanidade com o mundo natural", concluiu Steiner.
http://www.carbonobrasil.com/#reportagens_carbonobrasil/noticia=725343
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.