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Governo oferece o magistério para 242 professores indígenas

Midianews-Cuiabá-MT
10 de Jul de 2005

A próxima segunda-feira (11) será um dia especial para a educação indígena em Mato Grosso. Graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e o Ministério da Educação (MEC), 242 professores indígenas começarão a realizar o curso Hayô de Formação para o Magistério Intercultural.

Oriundos de 15 etnias, incluindo Zorós e Nhanbiquaras, os professores indígenas estudarão em três municípios pólos, de acordo com a localização de cada aldeia: Canarana, Comodoro e Campinápolis. O curso do Hayô, que será o equivalente ao Ensino Médio e tem duração de cinco anos, acontecerá em 10 etapas presenciais e intermediárias, considerando que será uma formação em serviço.

Conforme explica, a secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz, a ação, além de resgatar uma dívida histórica com os povos indígenas, tem o objetivo de melhorar a educação escolar indígena. "O curso atenderá praticamente toda a demanda de formação inicial no Ensino médio dos professores indígenas, valorizando a diversidade cultural existente em cada etnia, e respeitando a língua e costumes", frisa.

De acordo com o gerente da Educação Indígena, Sebastião de Oliveira, os professores índios receberão todo o material pedagógico (cadernos, livros, canetas, lápis, tintas para pinturas, etc). Além disso, ganharão passagem, alimentação e hospedagem durante as fases presenciais. Ele acrescenta que Hayô é uma frase afirmativa, que vem da língua Nhanbiquara, que significa: "Sim. Muito bom. Queremos fazer!".

Para Sebastião, o curso será importante porque acabará com o rodízio que vinha acontecendo nas escolas indígenas. "Os professores não índios não conseguem se adaptar nas aldeias onde ficam em média dois meses. Além do que, muitas vezes não respeitam a cultura local. Formando professores da própria aldeia, nós vamos valorizar o docente índio e incentivá-lo a permanecer em suas terras", observa.

Além da Seduc e do MEC, também são parceiros da iniciativa, a Fundação Nacional do Índio (Funai), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Organização dos Professores Indígenas de Mato Grosso (Oprimt) e Conselho Estadual de Educação Indígena (CEEI).

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