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Governo não tem interesse em preservar, dizem ONGs

OESP, Vida, p. A16
16 de Dez de 2005

Governo não tem interesse em preservar, dizem ONGs

O Palácio do Planalto abriu ontem mais uma frente de crise. Dessa vez com ambientalistas e representantes de ONGs da área ambiental, que se retiraram de uma reunião na Casa Civil que deveria avaliar o andamento do plano de controle do desmatamento na Amazônia acusando o governo de não ter interesse no plano.
A reunião deveria avaliar o andamento das ações programadas pelos diversos ministérios dentro do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. No entanto, a Casa Civil - que deveria coordenar os esforços ministeriais - não tinha os dados dos ministérios para apresentar ao ambientalistas.
"O que nós vimos é que há uma baixa capacidade de coordenação do plano pela Casa Civil, refletindo um interesse secundário na implantação das ações por parte do governo", disse André Lima, advogado do Instituto Socioambiental (ISA) presente ao encontro.
O próprio representante da Casa Civil no encontro reconheceu que não havia condições de os ministérios apresentarem um balanço das suas ações.
NADA A DIZER
A justificativa foi de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria tido problemas de agenda nos últimos meses e não havia conseguido conversar com os ministérios sobre o plano.
O grupo de ambientalistas - que representavam 21 ONGs, como Greenpeace, WWF, a Fundação SOS Mata Atlântica, entre outras - decidiu sair "educadamente" da reunião. "Não tínhamos o que fazer lá. O que queríamos ouvir é o que os outros ministérios estão fazendo. E eles não tinham nada para nos dizer. Não estamos aqui para ser avalista do governo", contou Paulo Hadário, do Greenpeace. "O governo faz discursos sobre prioridade porque quando cresce o desmatamento tem impacto lá fora, mas não é uma prioridade política."
Os representantes dos ministérios - todos de segundo ou terceiro escalão - ficaram na reunião para tentar acertar a auto-avaliação. O secretário de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, fez duras críticas à maneira da Casa Civil de conduzir o Plano. O Estado procurou o secretário, mas ele não atendeu o telefone até as 20 horas. Não há previsão para o projeto, que está pronto, ser votado. L.P.

OESP, 16/12/2005, Vida, p. A16

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