Jornal do Commercio-Manaus-AM
07 de Ago de 2004
Começa este mês, no interior do Estado, a segunda etapa de cursos para formação de professores indígenas. Alunos de 11 etnias serão beneficiados com as aulas em nível fundamental, que têm duração de 45 a 50 dias. O curso de aperfeiçoamento faz parte do projeto Pirayawara, oferecido pelo governo do Amazonas, por meio da Seduc (Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino). Neste ano, o governador Eduardo Braga destinou R$ 3 milhões para programas de educação indígena.
O município de Tefé, a 525 quilômetros de Manaus, é um dos pólos, com a concentração de 84 professores, ministrando aulas para alunos das etnias kambeba (Uarini), ticuna (Tefé), mayoruna (Alvarães), miranha (Juruá) e kokama (Coari). Em Pauini, a 935 quilômetros da capital, 46 professores ensinarão para a etnia apurinã. Em Maués, distante 403 quilômetros, índios saterê-maué contarão com a ajuda de 54 professores. Já no pólo de Lábrea, a 703 quilômetros, 56 professores ensinarão para índios apurinãs, paumaris, jarawaris e jamamadis.
Dos R$ 3 milhões destinados para a educação indígena, R$ 1,7 milhão está sendo aplicado em projetos de formação de professores. Entre eles, está o Pirayawara, um projeto que visa assegurar as condições de acesso e permanência na escola para a população que estuda nas terras indígenas. Com isso, será proporcionada uma educação diferenciada, intercultural, bilíngüe e de qualidade para esses povos.
De acordo com a gerente de Educação Escolar Indígena da Seduc, professora Arlene Bonfim, uma das ações prioritárias do projeto é a formação de professores indígenas. Essa reivindicação vinha sendo feita pelas comunidades, que indicam o índio mais qualificado para participar do curso, e depois passar seus conhecimentos para a etnia da qual faz parte.
"O curso de formação incentiva o professor indígena à pesquisa lingüística e antropológica, executada com a ajuda da comunidade local e de outras organizações indígenas", ressaltou Arlene Bonfim.
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.