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Governo do DF fecha acordo para transferir índios de área nobre de Brasília

EBC- http://agenciabrasil.ebc.com.br
Autor: Ivan Richard
27 de Out de 2014

Um acordo entre índios da etnia Kariri-Xocó e a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) começa a solucionar um impasse sobre a posse de uma área nobre no centro de Brasília, que se arrasta há mais de seis anos. Com a promessa de construção de 16 unidades habitacionais pela Terracap até abril de 2016, os kariri-xocós aceitam deixar o local onde vivem, no bairro Noroeste. Outras etnias, como Fulnio-Tapuya Tuxá e Tupinambá, não assinaram o acordo e permanecerão no local, onde está sendo erguido um conjunto de prédios residenciais de alto padrão.

De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), que intermediou a negociação, a área oferecida pela autarquia distrital atende, conforme estudos antropológicos e ambientais, as condições técnicas e os requisitos legais para constituição da reserva indígena.

Em nota, a Terracap informou que o local para onde serão levados os índios kariri-xocós se constituirá na Reserva Indígena Kariri-Xocó do Bananal. O local, uma área de 22,08 hectares - aproximadamente 20 campos de futebol, é de propriedade da própria Terracap e está situada entre o viveiro de mudas da Novacap e o Parque Nacional de Brasília. Ela será doada pela estatal à União e destinada à posse permanente e usufruto dos kariri-xocós.

A reportagem da Agência Brasil esteve no local onde os índos dizem ser o "santuário de pajés". Representantes dos índios disseram que não poderiam comentar o caso por orientação da Funai. Já a Funai negou que tenha orientado os índios a evitar a imprensa. "Quanto à informação de que a Funai teria orientado os indígenas a não dar entrevista, trata-se de brasileiros com pleno direitos, não tutelados pela Funai desde a Constituição de 1988, portanto livres para exercer suas vontades", disse a assessoria da autarquia indígena por e-mail.

Desde 2008, parte do Setor Noroeste é palco de disputa entre índios e o governo do Distrito Federal. A disputa teve início quando o governo local decidiu licitar a área, localizada numa área nobre da capital do país, para construtoras erguerem um conjunto de prédios de alto padrão. Índios das etnias Fulni-ô, Kariri-Xocó, Korubo, Guajajara, Pankararu e Tuxá reivindicam a permanência na terra, alegando ser uma área tradicional indígena. A Funai não considera o local indicado pelo índios como terra tradicional indígena.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-10/governo-do-df-fec…

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