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Funai rebate a acusação de ser omissa

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: (Valéria Kurovski e Alessandra Bacelar)
15 de Set de 2004

"Em momento nenhum deixamos de dar atenção aos Krahô-Kanela." A afirmação é do coordenador regional da Funai, Euclides Santana Lopes. Segundo ele, a etnia foi reconhecida há dois anos e meio e desde então recebe ajuda do órgão. Disse ainda que mensalmente são entregues alimentos e tudo o mais que muitas etnias que estão há mais tempo reconhecidas, não recebem.Essa foi a resposta da Funai à acusação feita pelos índios durante uma manifestação realizada na tarde da segunda-feira no Minsitério Público Federal, em Palmas. No ato eles denunciaram a situação em que vivem e pediram providências. Os índigenas alegam que há 27 anos estão andando pelo Estado e nada ficou definido em relação à demarcação da área que teriam direito.

Omissão
O cacique da tribo, Mariano Krahô-Kanela, que mora provisoriamente na Casa do Índio, em Gurupi, disse que a omissão se dá pelo fato de que há dois anos o grupo está esperando o resultado do estudo antropológico e da definição de qual seria de fato a área deles. "A antropologa ficou de entregar hoje esse documento; uma parte do meu povo está em Brasília, esperando essa resposta; vamos ver no que vai dar." Na Capital Federal, os índios devem pedir ao Ministério da Justiça uma indenização dos prejuízos causados ao grupo, pelos 27 anos que consideram de descaso do Governo Federal.

Prejuízos
Para o arcebispo de Cristalândia, dom Heriberto Hermes, que acompanhou os Krahô-Kanela no ato público, segunda-feira, em Palmas, os prejuízos sofridos pelos indígenas são morais e físicos. O arcebispo relata que desde o início, há 27 anos, os índios ocupavam a área denominada, hoje, de Mata Alagada, no município de Lagoa da Confusão. Primeiro, segundo dom Heriberto, eles foram expulsos pelos brancos e migraram para a Ilha do Bananal, de onde também foram exilados mais tarde, para uma área na divisa com o estado do Pará.

Segundo o arcebispo, a etnia passou fome e se dispersou. Dos cerca de 300 índios Krahô-Kanela, estimados pelo Conselho Indigenista Missionário, 80 moram na Cada do Índio de Gurupi, que o arcebispo chamou de "campo de concentração". O restante, segundo ele, estaria espalhado pelo Estado.

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