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Forum em Belem discute uso de sistema agroflorestal

OESP, Vida, p.A12
20 de Jan de 2005

Fórum em Belém discute uso de sistema agroflorestal
Carlos Mendes
Especial para o Estado
Culturas agrícolas junto a essências florestais na Amazônia podem ser a melhor alternativa contra a degradação ambiental na região. Esse trabalho pode ser feito tanto em pequenas, médias e grandes fazendas e não exige altos investimentos. A técnica de uso de sistemas agroflorestais - fórmula ecologicamente correta de praticar a agricultura sem devastar as matas - está mobilizando desde ontem em Belém pesquisadores de sete países amazônicos.
Durante uma semana, seus representantes trocarão experiências sobre este e outros assuntos no seminário promovido pelo Centro Mundial Agroflorestal (Icraf), com sede em Nairobi, no Quênia. A organização do evento é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) da Amazônia Oriental e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), da Colômbia.
No primeiro dia dos debates, a preocupação foi com a devastação das florestas e como deter esse processo, a cada dia mais acelerado. Entre os convidados, há pessoas com larga experiência na questão, como o ecólogo Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Jean Dubois, um dos pioneiros na região em pesquisa e extensão agroflorestal.
De acordo com Roberto Porro, secretário-executivo da Iniciativa Amazônica, uma das organizadoras do seminário, a partir da reunião será intensificada a formação de uma rede de pesquisa voltada para a utilização de sistemas agroflorestais como alternativa viável e sustentável à degradação ambiental.
PERDAS
Os números revelados no encontro impressionam: em 30 anos, a Amazônia foi sacrificada em 80 milhões de hectares de suas florestas para atividades não sustentáveis. Hoje, desse total, mais de 30 milhões de hectares encontram-se em acelerado processo de degradação. Isso aponta para um futuro sombrio, que é algumas áreas serem transformadas literalmente em deserto.
Os debatedores pretendem visitar municípios como Tomé-Açu, colonizado por japoneses no Pará e onde a cooperativa local, embora atuando isoladamente, obtém bons resultados com o cultivo de frutas e de essências florestais. Além de plantar cupuaçu, açaí, taperebá e cacau, eles cultivam espécies da floresta como seringueira e mogno.

OESP, 20/01/2005, p. A12

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