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Florestas com boa renda

OESP, Agrícola, p. 7
31 de Out de 2007

Florestas com boa renda
Agrônomo do Instituto Florestal propõe esquema rentável e que serve para recompor a reserva legal

Tânia Rabello

O engenheiro agrônomo Guenji Yamazoe, de 71 anos, dos quais 37 dedicados à pesquisa no Instituto Florestal, não só já cumpriu sua missão na Terra - teve filhos, escreveu livros e plantou árvores - como quer, agora, estimular agricultores a cumprirem também pelo menos parte desta missão.

Yamazoe reuniu sua experiência acumulada em pesquisa de árvores, formação de mudas e instalação de arboretos num esquema de cultivo florestal que pode reverter em bom retorno econômico para o agricultor. Além de auxiliar na recomposição de florestas.

O esquema de reflorestamento proposto por Yamazoe, 'Florestas de uso múltiplo', será apresentado aos interessados no dia 8 de novembro, a partir das 15 horas, no Nikkei Palace Hotel, em São Paulo (SP). 'É interessante para o agricultor porque é um modelo aplicável à recomposição da Reserva Legal, obrigatória por lei', diz Yamazoe, que quer instalar os primeiros projetos na comunidade nipo-brasileira, por ocasião do Centenário da Imigração Japonesa, em junho de 2008.

Cultivo anual
Enquanto a floresta vai crescendo, o produtor pode obter renda dela. Primeiro, com cultivos anuais entre as ruas, depois, com as árvores frutíferas e, em seguida, com a extração de madeira. Yamazoe descreve o projeto: 'Frutíferas nativas; árvores que produzem madeira branca e palmito e espécies que produzem madeira de média e boa qualidade são cultivadas, todas ao mesmo tempo, em grandes quadrados, de 100 por 100 metros (Veja ilustração)', explica. 'Cada grupo deve ser plantado dentro de sua faixa.'

Nas ruas inicialmente descobertas entre os quadrados, cultivam-se lavouras anuais, até que as frutíferas comecem a produzir, em quatro a cinco anos. 'A partir daí já não será possível o cultivo nas ruas porque as frutíferas farão sombra.' E, conforme as árvores do centro do quadrado e das faixas subseqüentes, até as da faixa das frutíferas, forem crescendo e liberando sementes, este espaço entre os talhões vai sendo fechado pela floresta', diz Yamazoe.

Quanto aos ganhos econômicos ao longo dos anos, Yamazoe explica que, a curto prazo, quatro a cinco anos, já há produção de frutos com potencial econômico, como araçá, uvaia, cambuci, cabeludinha, grumixama, etc. 'É importante escolher frutíferas nativas com possibilidade de produzir frutos abundantes e de potencial econômico.' A médio prazo, em 10 a 15 anos, é possível produzir madeira branca, como guapuruvu, tamboril, anda-açu e caixeta. 'Do palmito juçara é possível extrair frutos para a produção de alimento semelhante ao açaí', diz.

'A longo prazo, a partir dos 30 anos, a produção será de madeira de média e boa qualidade, como guanandi, jatobá, guarantã, jequitibá branco e canafístula, entre outras.'

Yamazoe calcula que, num período de 40 anos, as parcelas ficarão interligadas, formando um maciço único e com gradual substituição de espécies de madeira branca por outras de madeira mais nobre. 'As frutíferas deixarão de produzir em 25 anos.'

Informações: Guenji Yamazoe, tel. (0--11) 9666-5333 e (0--11) 3207-8511

OESP, 31/10/2007, Agrícola, p. 7

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