OESP, Metrópole, p. C10
31 de Ago de 2007
Famílias retiradas da Billings vão para hotel
Elas passaram noite em barracas após demolição de casas pela Prefeitura
Naiana Oscar
Depois de passarem a noite em barracas de plástico, cobertas por lona e sobre o barro molhado, 10 das 63 famílias que tiveram suas casas demolidas no Jardim Gaivota, bairro vizinho à Represa Billings, na zona sul da capital, foram levadas para um hotel, onde poderão ficar por 30 dias. As casas foram demolidas na quarta-feira.
Ontem, a retroescavadeira da Prefeitura derrubou outras 34 casas, no mesmo local. A demolição dos imóveis foi determinada por uma Ordem Interna da Prefeitura, que orienta a Guarda Civil Metropolitana Ambiental a destruir as casas dessa área sem ordem judicial. O documento já está sendo contestado na Justiça pela Defensoria Pública do Estado. A Promotoria de Inclusão Social é contrária à ação municipal. Ontem, as promotoras Fernanda Leão de Almeida e Jaqueline Lorenzeti Martineli cobraram da Prefeitura alternativas de moradia para essas famílias, o que não está previsto na Ordem Interna. Caso a solicitação da Promotoria não seja aceita, elas entrarão com ação contra o Município.
É a esperança de Inês Aguiar, de 24 anos, que passou a noite com os dois filhos, de 4 e 3 anos, no que a Prefeitura chamou de abrigo provisório: dez barracas de acampamento, sobre o chão de barro, sem água, sem chuveiro, nem cozinha, no terreno de uma associação comunitária na zona sul. "Estamos sem tomar banho. Já vimos até cobra aqui", contou.
OESP, 31/08/2007, Metrópole, p. C10
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