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Expedição na Resex Arapixi mobiliza comunidade para formação de Conselho Deliberativo

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Márcia Neri - marcia.neri@icmbio.gov.br
30 de Out de 2008

Uma equipe de servidores do ICMBio e do Ibama, consultores contratados e membros de instituições parceiras ligadas à questão do extrativismo realizaram expedição entre os dias 10 e 26 de outubro na Reserva Extrativista Arapixi, no município de Boca do Acre, Amazonas. A expedição serviu, entre outras coisas, para mobilizar a comunidade para os trabalhos de formação do Conselho Deliberativo e confecção do Plano de Utilização da Unidade, criada em 2006.

O grupo se empenhou em cadastrar as 160 famílias residentes no interior da reserva e desenvolveu ações de sensibilização dos moradores para que eles entendessem a importância da constituição do Conselho Deliberativo e do Plano de Utilização da unidade, instrumentos capazes de traçar o futuro de Arapixi e das atividades nela exploradas.

Cerca de 800 pessoas vivem dentro da Resex. Para o geógrafo Felipe Mendonça, chefe da unidade, a expedição aconteceu em boa hora e atingiu seu objetivo porque incentivou e abriu o diálogo sobre os temas referentes ao extrativismo. "Essa iniciativa fez com que as comunidades residentes entendam que devem exercer o papel de protagonistas nas atividades de gestão da unidade. Ao assumirem uma postura pró-ativa, os extrativistas passam a entender que são responsáveis pelo futuro do local onde moram e tiram seu sustento", revela.

O principal produto extraído da floresta em Arapixi é a castanha. De acordo com Felipe, embora a reserva esteja relativamente bem preservada, existem alguns conflitos internos pela posse de locais de extração e ameaças de expansão de desmatamento. "O Conselho Deliberativo das reservas extrativistas tem como principal objetivo dividir a responsabilidade da gestão da unidade de conservação entre o poder público e a sociedade civil organizada, principalmente os moradores da Resex. Uma de suas atribuições é a elaboração do Plano de Utilização, ou seja, a forma como os recursos naturais serão utilizados. Acredito que essa expedição representou avanços na constituição desses dois instrumentos", garante.

Nos dezesseis dias em que esteve em campo, a equipe também se preocupou em capacitar os conselheiros que atuarão em Arapixi, além de trabalhar na alfabetização de jovens e adultos das comunidades que residem na unidade. "Realizamos duas reuniões gerais com a participação de 200 comunitários, traçamos um diagnóstico sócio-econômico e mapeamos as áreas de exploração da castanha", lembra o geógrafo. Ele adianta que em dezembro uma segunda expedição esboçará o documento que dará origem ao Plano de Utilização. "Em abril de 2009, o Conselho finalmente será formado", espera Felipe.

Os trabalhos da expedição foram financiados pelo Programa de Apoio às Áreas Protegidas na Amazônia (Arpa) com parceria do CNPT/Manaus, do Núcleo de Educação Ambiental do Ibama/AC, da Resex Barreiro das Antas e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boca do Acre.

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