VOLTAR

Estado tem ao menos 70 cidades afetadas, onde vivem 13,8 mi

OESP, Metrópole, p. A17
16 de Out de 2014

Estado tem ao menos 70 cidades afetadas, onde vivem 13,8 mi
38 municípios no Estado já precisaram adotar o racionamento, três estão em situação de emergência e um em calamidade pública

José Maria Tomazela - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A falta d'água já atinge, total ou parcialmente, 70 municípios de São Paulo, fora a capital, onde vivem 13,8 milhões de pessoas. Desses, 38 já adotaram o racionamento, 3 estão em situação de emergência e 1 em calamidade pública.
Grandes cidades do interior, como Campinas, Piracicaba e Americana, sofrem com a falta de água. Só na região de Campinas são 12 cidades e 2,3 milhões com rodízio. Nesta terça-feira, 14, atendendo a pedido do prefeito Jonas Donizete (PSB), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autorizou o aumento na liberação de água do Cantareira de 3 m³/s para 3,5 m³/s para evitar o colapso no abastecimento da cidade.
Segundo a Sanasa, a empresa de saneamento da cidade, com as altas temperaturas o consumo passou de 2,8 m³/s para 4 m³/s. A má qualidade das águas do Rio Atibaia, onde é feita a captação, fez com que o volume de água tratada fosse reduzido, "provocando problemas pontuais de falta de água em algumas regiões". Desde sexta, a empresa usa 20 caminhões-pipa para atender locais mais afetados.
Em Bauru, 158 bairros vão conviver com rodízio, que começou nesta quarta-feira. A comerciante Rosana Domingues está comprando água para consumo. Já a cidade de Americana adotou nesta terça-feira o rodízio entre os sistemas de captação para preservar os reservatórios, mas não admitiu o racionamento.
Em Piracicaba, desde o início do mês, pelo menos 20 bairros - mais de 100 mil pessoas - ficaram sem água. Moradores alegam que há um rodízio disfarçado. O Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) afirma que o desabastecimento foi causado por avaria em uma adutora. O Rio Corumbataí, que abastece a cidade, está com nível muito baixo. Salto e Guararapes também optaram pelo racionamento nesta semana.
Com racionamento desde fevereiro, Itu está sendo abastecida precariamente com a compra de três milhões de litros de água por dia em outras cidades. No domingo, 11, no quarto protesto contra a falta de água, moradores interditaram uma rodovia e incendiaram um ônibus.
Oração. Em Franca, a seca reduziu em 45% a vazão do Rio Canoas - o principal manancial da cidade - e em 65% a do Córrego Pouso Alegre. Nesta quarta-feira, 15, ao visitar o Canoas e saber que os cortes de água começariam, o vereador e pastor Otávio Pinheiro (PTB) rezou pedindo chuva, com outros 12 vereadores e o diretor da Sabesp, Rui Engracia. "Fiquei muito assustado quando vi aquela situação, com o rio baixo e cheio de terra", disse.
Na cidade, a Sabesp não assumiu oficialmente o racionamento, mas divulgou uma lista com dezenas de bairros que têm corte de água. Todo dia, 27 caminhões-pipa buscam água em represas da região para completar os reservatórios.
O município de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, adotou o racionamento na terça-feira, em razão do baixo nível dos Rios Batedor e Passa Vinte. O abastecimento é interrompido durante 24 horas, em dias alternados. A telefonista Ana Cristina Ribeiro, moradora da Vila Brasil, foi avisada que ficará sem água a partir das 7h desta quinta-feira, 16. "Como só tenho uma caixa, pedi à minha mãe para encher os baldes, pois não sabemos quando a água vai voltar." Segundo ela, a cidade tem bairros altos que já estão sem água há mais tempo.
Moradores de Redenção da Serra reclamam da interrupção no abastecimento e da qualidade da água, mas a Sabesp informou que os problemas foram pontuais e já estão corrigidos. A Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul prevê que as represas da região podem entrar em colapso em novembro se não chover./COLABORARAM RENÉ MOREIRA E CHICO SIQUEIRA, ESPECIAIS PARA O ESTADO

OESP, 16/10/2014, Metrópole, p. A17

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,sp-tem-70-cidades-afetad…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.