VOLTAR

Espuma do Tietê prejudica turismo em Salto

OESP, Cidades, p. C8
17 de Ago de 2005

Espuma do Tietê prejudica turismo em Salto
Situação não é tão grave quanto a de Pirapora, mas cidade sofre com o mau cheiro das águas poluídas

Mauro Mug

Não são apenas os moradores de Pirapora do Bom Jesus que enfrentam o drama da espuma de poluição formada no Rio Tietê. Os da Estância Turística de Salto, a 105 quilômetros de São Paulo, enfrentam o mesmo problema. A espuma não chega a invadir a cidade, como ocorre em Pirapora, mas prejudica uma das maiores fontes de renda da cidade: o turismo.
"Lamentavelmente, a espuma aparece no centro velho, onde ficam os três principais parques da cidade", reclama o prefeito Geraldo Garcia (PDT). O problema maior é o mau cheiro, provocado pela emanação do gás sulfídrico das águas poluídas. Além de ter cheiro ruim, o gás irrita os olhos.
A espuma se forma a partir de uma cascata com 10 metros de altura, o utuguaçu (salto grande), último salto do Tietê. A queda-d'água se localiza logo após a barragem da Hidrelétrica de Porto Góes, na frente da Ilha dos Amores. "A cidade tem um grande potencial turístico, mas essa poluição prejudica", lamenta o prefeito.
Segundo o professor Francisco Antonio Moschini, integrante da ONG Instituto de Estudos Vale do Tietê, o fenômeno piora no inverno, quando, por causa da estiagem, há menos água no rio. "A espuma, com blocos de até 1 metro de altura, se estende por mais de 2 quilômetros e é causada principalmente por detergentes industriais e domésticos lançados na região metropolitana."
Como acabar com a espuma? Para o prefeito, a solução é a Sabesp prosseguir com a despoluição do Tietê na região metropolitana de São Paulo. "Estou fazendo a lição de casa, construindo estação de tratamento de esgoto e até dezembro trataremos 90% dos resíduos lançados pelos 105 mil moradores nos Rios Jundiaí e Tietê. Em 2006, chegará a 100%."
Já o governo do Estado desenvolve a segunda fase do Programa de Despoluição do Tietê. O projeto prevê, até julho de 2007, 250 mil ligações domiciliares de esgoto, 1.600 quilômetros de redes coletoras, 165 km de coletores-tronco e 38 km de interceptores. Segundo a Sabesp, a mancha de poluição no interior recuou 120 quilômetros com o programa.
O prefeito torce para que o projeto dê certo, pois seu maior sonho é transformar Salto numa estância de turística de fato. "Para que isso seja possível, é preciso que a qualidade da água do rio melhore um pouco." No ponto onde o poluído Rio Jundiaí deságua no Tietê, ele pretende construir um mirante. "No fim da tarde, ocorre um espetáculo belíssimo lá. Centenas de garças pousam nos bambuzais para passar a noite."

OESP, 17/08/2005, p. C8

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.