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Especialistas discutem preservação da APA

Portal Todo Dia - http://portal.tododia.uol.com.br
Autor: Paulo Plantacampinas
05 de Nov de 2014

A criação de um "selo verde" para certificar empresas que adotarem ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, incentivo ao turismo ecológico e elaboração de um plano municipal de agricultura familiar está entre as propostas elaboradas por especialistas para a recuperação da APA (Área de Proteção Ambiental) de Campinas, formada pelos distritos de Sousas e Joaquim Egídio e pelos bairros rurais, Carlos Gomes, Monte Belo e Gargantilha.

Ambientalistas apontam que Campinas precisa de oito milhões de árvores para recompor sua vegetação natural e que há a necessidade de um plano "agressivo" de reflorestamento da APA, que ocupa um terço do território do município. A busca de soluções foi desencadeada a partir da crise hídrica que atinge a região e o impacto sobre os rios Atibaia e Jaguari.

As propostas foram elaboradas durante um encontro de representantes de vários setores da sociedade, como universidades, técnicos ambientais, ONGs (Organizações Não Governamentais), associações de moradores, imprensa, prefeitura, Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). O TODODIA participou dos debates e deixou como sugestão, a criação de um banco de dados atualizado periodicamente sobre a APA. Ele seria disponibilizado para os interessados em aprofundar os conhecimentos sobre meio ambiente e ajudar na preservação.

A contribuição dos especialistas será divulgada à população no próximo domingo, durante a realização da 17ª edição do Reviva o Rio Atibaia (leia texto abaixo). O documento com esses dados será encaminhado também à Prefeitura de Campinas, que foi representada no encontro por técnicos da SVDS (Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável) e ao Congeapa (Conselho Gestor da APA).

O deficit de oito milhões de árvores foi calculado por José Carlos Perdigão, presidente da Jaguatibaia (Associação de Proteção Ambiental) e especialista em reflorestamento. Ele chegou ao número através da avaliação de imagens feitas por satélites da Embrapa. Também é dele a sugestão da certificação de empresas que desenvolverem suas atividades levando em consideração a necessidade de proteção ao meio ambiente. "A ideia é criar padrões de comportamento compatíveis com atividades dentro de uma APA", diz Perdigão.

De restaurantes a condomínios, todos podem participar. Nesses casos, a reciclagem de lixo e a destinação correta de resíduos como óleo usado contariam pontos na hora de certificação.

A contribuição de especialistas foi coletada durante a realização de um World Café, uma metodologia participativa realizada no auditório do Laboratório MSD (Merck Sharp and Dohme), em Sousas, e coordenada pela professora Rachel Cavalcanti, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Durante as atividades, os participantes fizeram textos e desenhos sobre o que esperaram encontrar na APA daqui a dez anos. Depois, foram convidados a dar sugestões de como concretizar as sugestões. A principal conclusão é a necessidade de preservar as características bucólicas da região, freando a expansão imobiliária e desenvolvimento de meios para que os proprietários rurais tenham condições de sobreviver a partir da preservação de suas terras. Entre as propostas, estão a melhora da mobilidade urbana, recuperação das estradas para facilitar o escoamento da produção agrícola e a reconfiguração do transporte coletivo e do trânsito.

Um dos discursos mais recorrentes é sobre a responsabilidade do poder público, que precisa intensificar a fiscalização e o desenvolvimento de ações, como a criação de compensações financeiras para os proprietários que se dedicarem à preservação e recuperação ambiental.
Sobre essas cobranças, a coordenadora de planejamento e gestão ambiental da SVDS, Isadora Salviano, disse que são encaradas com naturalidade. "Estamos buscando a participação através de audiências e oficinas", diz. Sobre projetos do executivo, ela destaca alguns em fase de elaboração: Plano de Recursos Hídricos, Plano do Verde e Plano de Recuperação Ambiental.

A Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) foi representada por Ana Paula Franke, do Departamento de Educação e Cidadania. Ela destacou a necessidade de redefinição da ocupação de espaços urbanos, com preferência para os pedestres. "Devemos conscientizar as pessoas de que o nosso futuro depende do quanto estamos dispostos a compartilhar de forma responsável os recursos naturais", afirmou.

Para José Furtado, presidente do Instituto Campinas Sustentável, o encontro foi muito produtivo, principalmente pela cobrança de propostas de políticas públicas de preservação ambiental e convívio.

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