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Enfermeira de SP se integra à realidade dos índios no Xingu

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25 de Jun de 2009

A Casa de Apoio de Saúde do Índio (Casai)/SP realizou, nesta quinta-feira (25), uma roda de conversa com os funcionários, pacientes e acompanhantes para socializar a experiência da técnica de enfermagem, Simone Ferrer Gondim, 36 anos, que atua há nove anos na Casai. No período de 30 de abril a 20 de maio deste ano, ela participou do Programa de Prevenção de Câncer do Colo de Útero (PCCU) 2009, que faz parte do Projeto Xingu da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o objetivo de fazer uma ação de prevenção nas mulheres indígenas das aldeias do Xingu (MT).

Na abertura da roda de conversa, a enfermeira Soraya Moregola faz uma análise da troca de ambientes vivenciados entre um indígena e um não indígena. "Vocês (indígenas) quando vêm para a Casai e tem contato com a nossa cultura, ficam longe de casa, tem que dividir o espaço com mais pessoas, tem que comer a comida e tomar o remédio que damos a vocês. Agora nós invertemos, a Simone foi lá saber como vocês vão ao banheiro, como comem, como escovam os dentes, a que horas que vocês acordam, quais os hábitos de vocês e como vocês tratam as doenças", declarou.

A técnica Simone relatou a sua visita em 38 aldeias, que integram os Polos-Bases Diauarum, Pavurum e Wami, onde passou alguns dias dentro das próprias aldeias, vivenciando a rotina de uma cultura diferente, em que precisou se adaptar os seus hábitos alimentares e pessoais. Durante o dia, a principal atividade era a coleta do exame do papanicolau e também explicava para as indígenas sobre a importância da realização do exame. "E fora isso, a gente acabou fazendo um atendimento de enfermagem", ressaltou.

Segundo Simone, essa experiência vai ajudar a entender melhor os pacientes e acompanhantes que estão na Casa. "A gente observa que muitas vezes os indígenas estão tristes, então chegam e comentam que sentem saudades da aldeia e da família. Quando um indígena chega e fala para você, você tenta imaginar o que ele está falando. Só que imaginar é uma coisa, agora você viver é outra. Eu fui com uma visão e voltei com outra. Hoje eu entendo quando eles chegam para mim e falam que estão com saudades de lá", observou.

Para o indígena Nhonkoberi Suyá, 42 anos, que veio do Parque do Xingu e está na Casai como acompanhante, afirma que essa atitude foi muito positiva. "A ida da Simone foi muito boa para ver a distância, porque a gente veio de longe. A gente sai daqui e só chega no dia seguinte à aldeia, e isso não entra na cabeça de quem não vivenciou", destacou.

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