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Energia fica mais cara no novo plano decenal

OESP, Economia, p. B2
27 de Ago de 2014

Energia fica mais cara no novo plano decenal
A falta de chuvas para as hidrelétricas impôs a utilização máxima da capacidade instalada do parque térmico, a custos mais elevados

O Plano Decenal de Expansão de Energia 2014-2023 projeta um aumento da geração térmica de 1,5 mil MW, número previsto na versão anterior, de 2013-2022, para 7,5 mil MW, segundo reportagem do Estado de domingo. Dois aspectos devem ser destacados: houve revisão substancial da estimativa em apenas um ano e, em consequência, os custos da energia serão mais elevados para os consumidores, pois, além dos aumentos em curso destinados a corrigir as falhas da política de energia do governo Dilma anunciada em 2012, a matriz elétrica mudará - para pior.
O Brasil desfrutou, até o início da década, de uma condição invejável, pela qual mais de 2/3 da capacidade de geração elétrica tinham origem hidráulica. Mas a falta de chuvas em 2013 e em 2014 provocou o esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas, impondo a utilização máxima da capacidade instalada do parque térmico, a custos mais elevados.
O peso da energia hidráulica não deixará de ser expressivo no futuro, mas, de um plano decenal a outro (até 2022 e até 2023), caiu de 69% para 61%. Enquanto isso, a participação da energia eólica aumentou de 4% para 12%. Já a ênfase dada aos investimentos em energia térmica mostra que o governo está preocupado com a segurança energética, não proporcionada pela eólica.
Na história brasileira, a energia térmica sempre foi tratada como suplementar. Os investimentos em usinas termoelétricas só eram feitos para assegurar o abastecimento em momentos excepcionais, em que houvesse problemas na geração hidráulica ou na transmissão da energia até os centros consumidores. Tal situação mudou.
A energia térmica pode ser obtida de várias fontes, do gás natural ao carvão mineral e vegetal, do óleo diesel ou combustível à biomassa de cana, entre outras. Há fontes mais e menos poluentes, mas todas têm algum impacto ambiental, o que contribui para a preferência pela energia hídrica. Além disso, as fontes térmicas têm em comum o custo mais elevado do que a hídrica.
O plano 2014-2023 terá de rever premissas como o crescimento da economia. Estimava-se aumento anual médio do PIB de 4,5% entre 2013 e 2017, número aparentemente inalcançável após o crescimento de 2,5% em 2013 e, provavelmente, de menos de 1% neste ano. A demanda de energia, portanto, também deverá ser menor, mas com a utilização maior das usinas térmicas, para compensar o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.

OESP, 27/08/2014, Economia, p. B2

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