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Empresas terão metas de redução de CO2

O Globo, Ciência, p. 32
08 de Fev de 2012

Empresas terão metas de redução de CO2
Estado do Rio quer chegar a 2030 com emissões similares às de 2005; negociação de crédito de carbono será permitida

CLÁUDIO MOTTA
claudio.motta@oglobo.com.br

O estado do Rio quer estabelecer, até o início da Rio+20, em junho, limites personalizados de redução da emissão de gases-estufa para cada uma de suas principais indústrias poluidoras. O objetivo é chegar em 2030 com o mesmo nível de lançamento na atmosfera registrado em 2005. O monitoramento começará a valer em 2015. Até lá, serão negociadas as metas, que serão reconhecidas pelas empresas.
Para garantir que essas metas serão atingidas pelas companhias, o estado quer fortalecer o mercado local de crédito de carbono, que será administrado pela Bolsa Verde do Rio de Janeiro, lançada em dezembro de 2011. Desta forma, a indústria que, por si só, não conseguir baixar suas emissões poderá financiar outras iniciativas e computar no seu balanço estes resultados ambientais obtidos.
- O estado do Rio deverá mais do que dobrar sua produção industrial até 2030. Mesmo com este incrível crescimento, de uma indústria que é pesada, como petróleo e siderurgia, vamos voltar ao patamar de 2005 - disse o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.
A empresa que não cumprir sua meta poderá ser multada. O governo do estado exigirá que ela compre os créditos de carbono, ou seja, pague pela redução de emissões obtidas por outras companhias.
Apesar de anunciar este rigor na cobrança de resultados, cada meta ainda será negociada com as indústrias. Elas serão menores para aquelas que já investem em soluções ambientalmente corretas. Em alguns casos, a redução de emissão de gases- estufa pode ser obtida com melhoria de eficiência e aumento dos lucros. Além disso, a Coppe-UFRJ apresentou ontem, em seminário na Firjan, estudo sobre os custos do combate ao aquecimento global por segmento industrial.
- Ainda não tem qualquer meta definida. O que queremos é que este compromisso seja negociado - ressaltou o gerente de Meio Ambiente da Firjan, Luis Augusto Azevedo: - Toda escolha da sociedade tem um preço, que precisará ser avaliado caso a caso. A tendência de assumir um compromisso ambiental é mundial e faz parte do negócio no setor industrial no Rio.
O sistema de créditos de carbono não foi inventado agora e, de acordo com Walter de Simone, superintendente de Economia Verde do estado, tem sido implementado com sucesso na Europa, Austrália, Nova Zelândia e Canadá. Na China, deverá começar a funcionar em 2013.
Por ser a primeira iniciativa brasileira, o Rio pretende se estabelecer como o principal mercado de negociação de créditos de carbono do país, atraindo investimentos até mesmo de empresas do Mercosul.
- Provavelmente será necessário criar uma nova lei estabelecendo as metas e detalhando o mercado de carbono - concluiu de Simone.

O Globo, 08/02/2012, Ciência, p. 32

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