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Emissões de pecuárias podem ser reduzidas

Ipam - www.ipam.org.br
15 de Set de 2010

Emissões de gases de efeito estufa causadas pela agropecuária em países tropicais poderiam ser significativamente reduzidas com a mudança da dieta e da raça do gado, assim como com a melhoria das terras degradadas. Essa é a conclusão de estudo que acaba de ser divulgado pelo International Livestock Research Institute (ILRI) - Instituto Internacional de Recursos da Pecuária - e publicado na Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Segundo os cientistas do ILRI, essas pequenas mudanças nas práticas de produção poderiam dar um retorno aos agricultores pobres de até 1,3 bilhão de dólares por ano em compensações de carbono. "Essas tecnologias simples de manejo da pecuária poderiam ter um efeito significativo sobre os gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, gerar renda para agricultores pobres", disse Philip Thornton, um dos autores do estudo, junto com Mario Herrero.

A criação de gado contribui com aproximadamente 18% dos gases estufa do mundo, principalmente através do desmatamento para dar lugar a pasto de gado e forragens. Além disso, os animais ruminantes emitem metano e o esterco emite óxido nitroso. Thornton e Herrero afirmam que há opções disponíveis para diminuir 417 milhões de toneladas de dióxido de carbono que deverão ser produzidas por animais nos países tropicais, em 2030, que representam uma poupança de 7% de todos os animais relacionados com as emissões de gases de efeito estufa. A redução de carbono pode ser maior se também baixar o consumo de carne e leite nos países ricos.

Entre as mudanças sugeridas pela pesquisa, estão a adoção de pastos mais nutritivos, complementando a dieta com pequenas quantidades de resíduos vegetais ou grãos; restauração de pastos degradados, plantio de árvores, que armazenam carbono e produzam folhas que o gado possa comer, e adoção de raças mais produtivas. "Seria útil se houvesse um incentivo a esses produtores, como a possibilidade de vender as reduções no mercado global de carbono", disse Thornton.

"Consideramos o impacto em países tropicais porque eles estão no epicentro de uma revolução pecuária", disse Herreno. "As projeções indicam que o consumo de leite e de carne deva dobrar no mundo desenvolvido até 2050, o que significa que é fundamental a adoção de abordagens sustentáveis agora para conter e reduzir os efeitos negativos da produção pecuária".

O ILRI tem sua sede em Nairóbi, Quênia, e trabalha com estudos sobre a relação do gado e da pobreza, com estudos que levem à redução da pobreza e ao desenvolvimento sustentável também em países como Etiópia, Nigéria, Mali, Moçambique, Índia, Tailândia, Indonésia, Laos, Vietnã e China.

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