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Em 2016, Nuvepa registra 20 casos de hepatite em Guajará e Nova Mamoré

G1- http://g1.globo.com
Autor: Júnior Freitas
11 de Jul de 2016

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Nuvepa) registrou nos primeiros seis meses deste ano 20 novos casos das hepatites A e B em Guajará-Mirim e Nova Mamoré (RO), a mais de 300 quilômetros de Porto Velho. De acordo com o Nuvepa, existem 75 pacientes diagnosticados com a doença, sendo que 55 são de anos anteriores.

Os exames para detectar os casos são realizados no Laboratório de Fronteira (Lafron), localizado no Posto de Saúde Carlos Chagas, no Bairro Almirante Tamandaré. Após o exame, o paciente diagnosticado é notificado e inicia o processo de tratamento no Serviço de Atendimento Especializado (SAE), onde recebe acompanhamento de um infectologista.

Ao G1, o chefe da divisão epidemiológica do Nuvepa, Osman do Carmo, declarou que apesar da quantidade de novos casos, não há riscos de acontecer uma epidemia na região de fronteira com a Bolívia, onde as cidades estão situadas.

"A população da região é de aproximadamente 120 mil pessoas entre os dois municípios e das áreas indígenas. A quantidade de diagnosticados é muito baixa em relação ao número de habitantes. Temos intensificado os trabalhos de prevenção e acompanhado os pacientes com a doença. Não há riscos, até porque não existem mortes registradas nem aqui e nem na Bolívia", explicou o enfermeiro.

Osman disse também que existe uma parceria entre o governo do estado e a Bolívia, no sentido de realizar ações para combater novos focos na região fronteiriça.

"O Nuvepa juntamente com a Agência de Vigilância Sanitária (Agevisa) faz constantemente capacitação para os servidores bolivianos da área da saúde, além de fornecer todo o material para testes rápidos e também aplicar as vacinas no país vizinho. O objetivo é de juntos combatermos e evitarmos que a doença se propague numa região onde o fluxo diário de turistas é muito grande", enfatizou.

Segundo a enfermeira chefe do Lafron, Eucliany Monteiro, na unidade foram realizados 4.736 exames de hepatite neste ano. Os sintomas da hepatite são fraqueza, febre, pele e mucosa da boca e dos olhos ficam amarelados. A doença é transmitida principalmente pelas relações sexuais e pelo sangue.

"Essa doença preocupa, pois somos considerados uma região endêmica. O Lafron faz exames de média e alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mediante requisição médica para marcadores sorológicos de hepatite. A orientação é que a pessoa faça um check up uma vez por ano e esteja sempre tomando as vacinas em dia, para evitar riscos de se infectar", disse a servidora.

De acordo com a Casa de Saúde Indígena (Casai), entre os indígenas, o número de casos confirmados de hepatite é maior, pois a principal via de transmissão é sexual e os índios não costumam usar preservativos durante as relações.

No total existem 326 pacientes que estão recebendo acompanhamento, mas que foram diagnosticados há mais de quatro anos. O último caso registrado aconteceu em 2012 e de lá para cá não houve novos registros nas aldeias.

A população indígena é de aproximadamente 6 mil, com 50 aldeias de 32 etnias diferentes. A Casai atua nas aldeias com equipes de área, que fazem a promoção e prevenção da hepatite. O acompanhamento dos pacientes e o trabalho de campo são feitos por 15 técnicos de enfermagem, 7 enfermeiros, 5 médicos e 32 agentes de saúde indígena.

http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2016/07/em-2016-nuvepa-registra…

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