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Educação indígena no RS busca melhorias

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
Autor: Taís Dihl
19 de Abr de 2003

Estado gaúcho registra 4.365 alunos e cerca de 300 professores em escolas indígenas da rede pública em 53 municípios

Capacitação e formação docente em foco

Aqueles que um dia foram donos desta terra batizada Brasil têm retomado espaço na sociedade. Intitulado pelo mundo branco como Dia do Índio, o 19 de abril é relembrado com diversas manifestações. Mas essa comunidade ainda tem pouco a comemorar, apesar de iniciativas governamentais terem evidenciado avanços. Na área educacional, escolas atendem os indígenas do RS, porém a expansão deste ensino, formação docente e qualidade vêm sendo perseguidas pelos governos.

Dados de 2002 da Secretaria Estadual da Educação (SEC) apontam 4.365 alunos em escolas indígenas da rede, em 53 municípios de regiões como Missões, Alto Uruguai, Jacuí e Vale do Taquari. 'O futuro da Educação para este povo tem sido olhado com mais critério pela esfera estadual e a meta é acelerar este trabalho', observou a diretora-adjunta do Departamento Pedagógico da SEC, Márcia Coiro. São cerca de 50 escolas estaduais indígenas e 300 professores (198 índios). Outro objetivo assinalado pela SEC é fazer com que os professores da rede sejam todos de origem caingangue ou guarani, nações típicas do RS, por isso o foco em capacitação e formação destes profissionais. Assim, existem cursos para professores indígenas em parceria com entidades como Fundação Nacional do Índio (Funai) e negociações de ações conjuntas com SC, PR, ES, MG e Ministério da Educação (MEC). Conforme Márcia, todas as escolas em comunidades indígenas do RS são de Ensino Fundamental e cerca de 100 docentes recebem formação. 'A meta é expandir para o Ensino Médio', acrescentou.

A responsável pelo setor de Educação da Administração Executiva Regional de Passo Fundo/RS da Funai (atende todo o Estado, exceto Nonoai), Iara Alvarez, avalia que a situação da Educação indígena é complexa, porque apesar de 99% dos professores serem de origem caingangue ou guarani, não recebem formação adequada. E revela que tem educadores indígenas que cursam Ensino Superior por meio de parcerias da Funai com instituições.

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