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Dourados tem 500 índios fora da escola

O Progresso - http://www.progresso.com.br/
Autor: Valéria Araújo
28 de Mar de 2012

Para atender a demanda são necessárias 12 novas salas de aula. São 400 novas crianças que nascem ao ano

A cidade de Dourados tem 500 indígenas com idades entre 6 e 17 anos fora da sala de aula. Os dados são do Núcleo de Ações Indígenas, ligado a Prefeitura de Dourados. De acordo com o diretor da entidade, Fernando de Silva Souza, o número é alarmante, tendo em vista o alto índice de violência na Reserva, em que cresce o número de crianças e adolescentes em contato com álcool e drogas.

De acordo com Fernando, um dado preocupante, é que por ano nascem cerca de 400 novas crianças. Em todo Estado são 2 mil por ano, levando em conta as aldeias de todo o Estado. De acordo com o diretor, esta realidade só será mudada via planejamento, uma vez que criar estrutura para atender a demanda é o principal desafio.

Para Fernando, existe um déficit atualmente de pelo menos 12 salas de aula. Segundo o diretor, faltou planejamento dos gestores anteriores do município para se precaver a realidade atual. De acordo com Fernando, os dados referentes a déficit de vagas foram publicados em maio de 2011. Ele diz que apresentou o relatório a administração municipal. Segundo Fernando foram inseridos 170 alunos nestas escolas na Reserva, que estão em situação de lotação.

De acordo com o relatório, os números são mais críticos quando se trata da educação infantil nas aldeias indígenas. "Dados da Funasa apontam que há 2.181 crianças de 0 a 5 anos nas aldeias de Dourados e nenhuma delas estão em sala, pois não há essa modalidade de ensino nas aldeias. O ensino à essas crianças deve respeitar as especificidade da cultura indígena e o modelo a ser adotado deve ser específico, intercultural e bilíngüe, com uma estrutura física e organizacional diferenciada, sendo então um modelo inédito no país", destaca.

Outra preocupação é que dados das equipes de saúde indígena apontam um total de 100 famílias, que possui crianças menores de cincos anos, vivem em constante estado de vulnerabilidade, devido à desestruturação familiar, uso abusivo de álcool e drogas, além de conviver constantemente mediante crises de conflitos e agressões intra-familiar.

Em relação aos profissionais, que atuam na educação escolar indígena, do total de 305 trabalhadores, 208 são efetivos e 97 são contratados. "Fazendo um comparativo com a categoria dos professores notamos uma situação inversa, em que do total de 177 professores, 91 são contratados e 86 são efetivos", destaca.

Para amenizar o déficit de salas de aula, a Secretaria de Planejamento está encaminhando projetos do Programa PAR, do Ministério da Educação para a construção de quatro novas escolas na Reserva até 2016. A Secretaria de Educação do Estado também vai intervir na questão e está inserindo para o orçamento de 2014 mais uma escola na Reserva, desta vez do ensino médio para atender a demanda dos alunos que vão se formar no fundamental. "Daqui há seis anos dão mais 400 alunos que ingressam na rede pública e que vão precisar de novas salas de aula", destaca.

Segundo Fernando, a Reserva hoje conta com 3.700 alunos matriculados em sete escolas distribuídas nas aldeias na Bororó, Jaguapiru e Panambi.

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