VOLTAR

Do PET ao PET

FSP, Opinião, p. A2
22 de Mar de 2008

Do PET ao PET

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu incentivo importante para livrar córregos, rios e represas de um grande flagelo, as garrafas PET. Após seis anos de debates, baixou resolução autorizando o uso de recipientes reciclados de tereftalato de polietileno (nome da resina mais conhecida pela abreviação PET) para embalar produtos alimentares, como bebidas. Com isso, pôs um ponto final nas dúvidas sobre a segurança do processo de reciclagem para a saúde humana.
A Anvisa convenceu-se da eficácia de tecnologias para descontaminar as garrafas recolhidas, mesmo que tenham passado por lixões. São processos já autorizados em países com normas sanitárias exigentes, como Alemanha e EUA. Passa a exigir apenas registro do fabricante, procedimentos já aprovados por agências reconhecidas (como a FDA americana), sistema de controle de qualidade, análise de contaminantes e informações no rótulo sobre a origem da resina.
Com essa regulamentação, as quatro empresas que já buscaram autorização na Anvisa poderão empregar a tecnologia "bottle-to-bottle", que permite transformar vasilhames PET de uma determinada cor em garrafas novas do mesmo tipo. Mesmo sem contar com essa possibilidade, o setor alcançou um índice de reciclagem de 51,3% em 2006, último dado disponível na Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).
Espera-se, com isso, que a indústria de refrigerantes -principal usuária de recipientes PET e portanto origem primária da poluição- invista bastante na reciclagem. Assim será possível livrar nossos cursos d'água das mais de 184 mil toneladas anuais que ainda não são recuperadas. É a melhor maneira de banir da paisagem esse lixo perene, que pode demorar até um século para degradar-se.

FSP, 22/03/2008, Opinião, p. A2

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.