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Do Pampa ao circo

Zero Hora - http://migre.me/6Xqa
12 de Set de 2009

No vizinho Uruguai, fala-se "del alma charrúa".

No Rio Grande do Sul, é usual dizer que o comportamento aguerrido de um time de futebol é fruto dessa mesma alma.

Na Argentina, charrua é índio de respeito.

Os charruas eram índios que habitavam os campos dos territórios dos atuais Rio Grande do Sul, do Uruguai e do nordeste da Argentina (especialmente na província de Entre Ríos). Inicialmente ocupavam as duas margens do rio Uruguai.

Eram altos, com uma média de pouco menos que 1m70, de aspecto sério e taciturno, porte duro e feroz. Talvez por isso, a perseguição que praticamente os dizimou.

Os homens apresentavam barba como distintivo varonil. Três linhas eram tatuadas no rosto, indo da raiz dos cabelos à ponta do nariz, e duas linhas transversais que iam de um lado ao outro do rosto. Nas guerras e festas, pintavam a mandíbula superior de branco.

Da guerra de Salsipuedes, que o pesquisador uruguaio Eduardo Picerno mostra ter sido um genocídio premeditado, quatro sobreviventes foram enviados a Paris para estudos científicos. Eram uma mulher e três homens. Dizem que alguns deles percorreram a Europa em circos, como exemplares de antropófagos do novo continente. Selvagens, eles, quando puros, jamais foram catequizados. Depois, misturaram-se a outros habitantes da região e forjaram o que passou a ser conhecido como gaúcho.

Os charruas já foram considerados extintos pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Depois, passaram a ter reconhecidos seus descendentes, mesmo que mestiços. Calcula-se que, entre Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, haja 6 mil descendentes de charruas. No Estado, são 400, entre a região das Missões e Porto Alegre.

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